A TARTARUGA MANUELITA
No início do século 20, o nascimento de uma pequena tartaruga enche de felicidade sua família. Esperta, inteligente e bem-humorada, Manuelita é a alegria da mãe, do pai, do avô e de seus amigos Bartolito (um simpático tartarugo) e Topy (uma divertida toupeira). Certo dia, porém, Manuelita entra sozinha num grande balão e voa sem rumo para um destino que vai transformar totalmente sua vida.
Desenho argentino concebido e animado “à moda antiga”, com muito romantismo, canções e sem pancadaria gratuita. Direcionado mais às crianças pequenas, A Tartaruga Manuelita acaba não aborrecendo aos adultos, já que traz algumas gags inteligentes e cifradas. Entre elas, a presença de Carlos Gardel deprimido sobre uma ponte parisiense, uma passarinha imitando Edith Piaf e um quarto de pensão que é réplica fiel de um famoso quadro de Van Gogh. A melhor de todas, porém, é o destino dado a três ratos que eram ignorantes, preguiçosos e truculentos quando crianças: eles viraram policiais.
Alternando momentos ágeis e melancólicos, o desenho traz a universal mensagem da valorização da família e enche os olhos das crianças com cores fortes e cenários bem-elaborado. A animação propriamente dita parece um pouco antiquada, mas não a ponto de comprometer o resultado final.
Mesmo sendo argentino, A Tartaruga Manuelita está concorrendo este ano ao prêmio de melhor filme de animação no Prêmio Goya, o Oscar espanhol. O filme levou mais de 2,2 milhões de argentinos às bilheterias.
As vozes de Manuelita e sua mãe são dubladas em português respectivamente por Jackeline e Babi, apresentadoras do SBT.
15 de janeiro de 2002
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Celso Sabadin é jornalista e crítico de cinema da Rádio CBN. Às sextas-feiras, é colunista do Cineclick. celsosabadin@cineclick.com.br