A VIDA COMEÇA AOS 40
A Suécia é um país conhecido por estar "pronto". Ou seja, poucos problemas sociais, pouco a construir, poucas preocupações. O filme sueco A Vida Começa aos 40 reflete um bocado deste pensamento.
A história se centraliza em duas mulheres quarentonas, a princípio, bem diferentes entre si. Uma é a médica ginecologista Elisabeth (Helena Bergström), expansiva, alegre, descolada e com um toque de perua. A outra é a policial de trânsito Gudrun (Maria Lundqvist), tímida, travada, contida.
Uma multa de trânsito faz com que ambas se conheçam e passem a nutrir, imediatamente, uma antipatia mútua. Porém, logo elas percebem que existe um ponto comum que as une: uma forte solidão. Forte suficiente para fazer com que Elisabeth e Gudrun abandonem suas diferenças e passem a tentar uma grande amizade.
Mas fica nisso. Superficial, A Vida Começa aos 40 não se propõe a desenvolver o tema com maior profundidade, muito menos com alguma criatividade formal. Opta pelo caminho fácil da linguagem televisiva, e prefere apenas esbarrar - bem de leve - no suposto homossexualismo que o roteiro insinua. Nada além de um mero e rápido entretenimento. Em termos de cinema sueco, dá uma saudade enorme de Bergman...