AMOR EXTREMO
Ah, o amor, aquele sentimento essencial para dar razão ao cotidiano, encontra a atmosfera perfeita em personagens anárquicos que sofrem com as sombras do mundo e abrem suas almas em Amor Extremo.
Enquanto as bombas da Segunda Guerra Mundial explodem na superfície, um quarteto tenta manter a humanidade, o brilho dos olhos e alegria da vida em abrigos subterrâneos. A guerra chama, mas eles tentam dizer não e manter seus sonhos e amores intensos.
Lá está o rosto extremamente particular de Keira Knightley, que na pele da cantora Vera esbanja independência. Ao seu lado estão dois homens: o militar cheio de amor William (Cillian Murphy) e o poeta Dylan (Matthew Rhys), cuja anarquia é desconcertante e inclassificável. Na rabeira do poeta surge sua encantadora esposa, Cat (Sienna Miller).
Esse quarteto guarda sentimentos fortes e não cabe a este texto desvendar o que acontece. Mas, posso garantir: muita coisa acontece. Porém, não esqueçamos, a guerra está lá em cima, na superfície. Mais cedo ou mais tarde ela vai interferir no brilho dos olhos dos personagens do filme.
E Amor Extremo passa de uma espiral de felicidade promissora à vida possível e sombria. Cada um dos quatro tem de lidar com o que eles controlam (o amor e a amizade) e com o que está longe de sua esfera, a guerra.
Especialmente a direção de arte e a direção de atores contribuem para um filme de textura encantadora e de atores talentosos (o rosto impenetrável de Cillian Murphy é impagável, assim como o sofrimento iminente da personagem de Sienna Miller).
É uma pena que Amor Extremo tenha demorado tanto tempo para estrear e, pior, provavelmente vai ficar menos tempo ainda nos cinemas.