AMOR SEM FIM
Este romance adolescente é a refilmagem de Amor sem Fim (1981), filme que fez Brooke Shields ganhar fama internacional. Os personagens centrais são Jade (Gabriella Wilde) e David (Alex Pettyfer), dois jovens que acabaram de terminar o ensino médio e se apaixonam. O problema é que para levarem adiante o affair vão ter de enfrentar Hugh (Bruce Greenwood), pai da moça, que, definitivamente, não foi com a cara de David.
Os minutos iniciais de Amor sem Fim evidenciam de cara o sem-número de problemas do filme. O principal é a absoluta falta de capacidade do casal em nos fazer acreditar na intensidade do amor deles. As situações quase infantis que o roteiro propõe para mostrar o início do relacionamento chegam a ser risíveis de tão ingênuas e óbvias. Nem Nicholas Sparks ousaria tanta pieguice em seus romances.
Naturalmente, a soma de casal insosso e trama simplória torna difícil para o público se conectar emocionalmente como drama dos dois. A coisa melhora um pouco do meio para o final, quando o filme deixa de lado as doses elevadas de açúcar (do tipo transa romântica com lareira crepitante ao fundo) e passa a investir no conflito dos jovens amantes com o pai da jovem. Mas nada de entusiasmo, Amor sem Fim continua sendo o que promete desde o início: uma bobagem dispensável.
Impossível não pensar no por quê? Por que fazer um remake que consegue ser consideravelmente bem inferior à matriz dirigida por Franco Zeffirelli? E olha que o longa do diretor italiano já não era lá essas coisas, mas ao menos o casal convencia. Nesta nova versão nem mesmo conseguimos responder à pergunta: por que mesmo esses dois estão juntos?
Se, como diz o verso da canção dos Beatles, All you need is love, não vai ser vendo Amor sem Fim que vai se convencer disso. Talvez até mude de ideia.