ARMÊNIA
Robert Guédiguian, o diretor de A Cidade Está Tranqüila, Marie-Jo e Seus Dois Amores e O Último Mitterrand, não consegue reeditar a mesma qualidade destes seus últimos trabalhos no desinteressante Armênia.
O filme fala de Anna (Ariane Ascaride, também co-autora do roteiro), uma médica francesa de origem armênia que tem a cruel incumbência de examinar o seu próprio pai e informar que seu estado de saúde é dos mais graves. Irascível e revoltado, o pai de Anna, até certo ponto incrédulo com a notícia, prefere não fazer tratamento algum e foge para sua terra natal, teoricamente para se reencontrar com suas raízes. Anna viaja à Armênia, país do qual ela não conhece sequer o idioma, com a intenção de resgatar o pai e iniciar seu tratamento. Mas o que ela encontra é uma nação estranha ao seu cotidiano francês, repleta de surpresas e segredos, nem todos muito agradáveis.
A princípio, tem-se a impressão de que o filme proporá alguma espécie de viagem de resgate às origens ou mesmo que partiria para a análise de conflitos sócio-culturais entre Ocidente e Oriente. Mas, na verdade, Armênia se perde pelo meio do caminho, esbarra no policial, não tem boas atuações, perde o ritmo e o foco, tornando-se cada vez mais desinteressante na medida em que se enfronha pelos caminhos armênios.
Faltou um direcionamento mais seguro ao roteiro e uma direção mais precisa.