BELLINI E A ESFINGE
Apenas mais um filme policial. Assim pode ser definida Bellini e a Esfinge, produção brasileira baseada no livro homônimo do “titã” Tony Bellotto. Rodado inteiramente nas cidades de São Paulo e Santos, Bellini e a Esfinge é assumidamente inspirado no estilo noir americano dos anos 40. Todos os elementos típicos do gênero estão no filme: o detetive amargurado com seu passado, as reviravoltas da trama, a fotografia escura, o constante clima de traição e ciladas pairado no ar. Porém, a fraca direção de atores prejudica bastante o resultado final. Há muitos diálogos recitados, falsos, interpretados muitas vezes de uma forma impostada que parece ter saído das antigas matinês de cinema. Não é o caso de Malu Mader, convincente no papel de prostituta, sensual sem ser vulgar. Importante: não esperem cenas de nudez.
A trama mostra um milionário (Paulo Hesse) que contrata uma agência de investigações para localizar uma prostituta desaparecida. Ao mergulhar no caso, os detetives Bellini (Fábio Assunção) e Beatriz (Maristane Dresch) se envolvem no submundo das drogas e da corrupção. Nada que você já não tenha visto antes em filmes B americanos.
Tony Bellotto, além de autor do livro que originou o filme, co-produtor e marido de Malu Mader, também é o responsável pela trilha sonora, ao lado de Charles Gavin (seu companheiro na banda Titãs) e Andreas Kiesser (guitarrista do Sepultura). A supervisão geral e a orquestração foram assinadas por Eduardo Queiroz.
Nada especial.
28 de fevereiro de 2002
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Celso Sabadin é jornalista e crítico de cinema da Rádio CBN. Às sextas-feiras, é colunista do Cineclick. celsosabadin@cineclick.com.br