BLOOM
O diretor e roteirista Sean Walsh não foi nem um pouquinho modesto nesta sua estréia cinematográfica. Para começar sua carreira na tela grande, optou por adaptar nada mais nada menos que o gigantesco e intricado clássico da literatura Ulisses, de James Joyce. Deu-se muito mal. Fez um filme lento, arrastado, confuso, desesperadamente verbal e quase indigerível. Não havia feito nenhum filme antes e não fez nenhum depois (vale lembrar que este é de 2003).
Tudo se passa em Dublin, num único dia: 16 de junho de 1904. Stephen Dedalus (Hugh O'Connor), Molly Bloom (Angeline Ball) e seu marido Leopold Bloom (Stephen Rea, onipresente em filmes irlandeses) trocam idéias diretamente com a platéia, olhando para a tela, sem deixar claro o que realmente está acontecendo e o que é fruto de suas imaginações. Falam de amor, sexo, traições, obsessões, prazer, casamento, moral. São 113 insuportáveis minutos (parece muito mais) de um filme que foi indicado a cinco prêmios IFTA (um dos mais importantes da Irlanda) e acabou levando o de Melhor Atriz para Angeline Ball. A safra deve ter sido péssima naquele ano.