CARA, CADÊ MEU CARRO?
Custou US$ 13 milhões e rendeu quase o quádruplo nas bilheterias americanas. Como é possível explicar o sucesso comercial da comédia Cara, Cadê Meu Carro?
Talvez não seja possível. Pelo menos, não para um crítico de cinema. Este tipo de explicação deve ser buscada junto a sociólogos, psicólogos ou mesmo filósofos que consigam analisar o grau de infantilização e imbecilização da cultura atual. Uma cultura que transforma em sucessos subprodutos como Adam Sandler, Mike Myers ou Xuxa.
De qualquer maneira, o filme fala de Jesse (Ashton Kutcher) e Chester (Seann William Scott), dois amigos que depois de uma grande noitada acordam de ressaca e não conseguem se lembrar onde estacionaram o carro. A partir daí, eles vão tentar refazer os caminhos da noite anterior para tentar resolver o problema. Pelo caminho, encontram os tipos mais estranhos, entre eles uma lésbica caricata vivida pela atriz brasileira Claudine Barros. Fim da história.
Piadas grosseiras e situações constrangedoras pontuam toda a narrativa, de acordo com a “receita” consagrada por filmes como Débi & Lóide e Quem Vai Ficar com Mary?
Cara, Cadê Meu Carro? é um filme que só vai agradar a quem tiver menos de 13. Anos e QI.
6 de março de 2001
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Celso Sabadin é jornalista especializado em cinema desde 1980. Atualmente é crítico de cinema da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão e do Canal 21. Às sextas-feiras é colunista do Cineclick. celsosabadin@cineclick.com.br