CREED 2
A franquia Rocky continua muito bem, obrigado! Após Creed: Nascido Para Lutar ser um sucesso de público e crítica, chegou a hora de ver se é possível começar uma franquia com Apollo que seja tão duradoura e consistente como a de Rocky. E pelo mostrado em Creed II, o caminho está sendo percorrido direitinho.
Os dois filmes são da forma mais objetiva e simples do mundo sobre: legado! E com uma história que apresenta Viktor Drago, filho do clássico Iván que matou Apollo, como principal desafiante ao cinturão de Adonis isso fica ainda mais claro. Porém o lutador treinado por Rocky enfrentará dúvidas sobre estar pronto para ser pai e descobrir qual é a motivação certa para entrar nessa batalha.
E o resgate dos "Drago" acaba sendo o grande ponto negativo do filme, que não empolga na primeira metade, mas se recupera e entrega um ótimo filme de boxe após o primeiro confronto entre Adonis e Viktor. Os russos demoram pelo menos quatro aparições para abrir a boca, são sequências sem fala onde fica marcado o estereótipo do Russo carrancudo do final da Guerra Fria. Se o primeiro Creed é genial em recontar o primeiro Rocky modernizando as situações, esse filme falha ao deixar os vilões com cara de personagens malvados da década de 80 e início de 90.
Mas a história toma um rumo eletrizante após Adonis descobrir qual é a sua real motivação para lutar e o nascimento de sua filha é uma das forças motrizes para entendermos quão importante é a palavra LEGADO na franquia. Com essa chavinha virada vemos a preparação de Creed para luta final e ela é simplesmente SENSACIONAL! Uma daquelas sequências de cena que dá vontade de levantar da poltrona e sair correndo pela sala de cinema distribuindo jabs no ar.
Sylvester Stallone entrega mais uma vez um Rocky completamente sábio e emociona ao se mostrar falho quando fala sobre seu filho. Ainda é impactante parar para ouvir Sly discursando no melhor estilo Yoda com luvas de boxe.
No final das contas você acaba saindo do cinema completamente satisfeito com o todo que Creed II entrega, apesar de um começo corrido e desperdiçado que te impede de se importar com os "Drago". Há uma cena em que Rocky faz a passagem de bastão metaforicamente para Adonis e é difícil conter a emoção. Porém após as duas horas de filme é possível sim afirmar que Creed está pronto para assumir a franquia sem a figura icônica de Rocky, mas precisa de um desafio que seja da altura do filho de Apollo.