DOM
Basicamente, trata-se de uma releitura contemporânea do famoso livro Dom Casmurro, de Machado de Assis. Não é um filme de época, mas é a mesma situação vivida no livro transposta para os dias de hoje. Para quem fugiu da escola ou não lembra bem da época do vestibular, vale ressaltar que o livro conta a história de Bento, um sujeito profundamente angustiado pela dúvida de estar (ou não) sendo traído pela sua esposa. O filme simplesmente revive a situação, traz a ação para os dias de hoje, moderniza os estilos de vida dos personagens e elimina todas as sutilezas da obra original.
Trata-se de uma pasteurização simplista que até poderia ter dado certo num curta, mas que se torna lenta e redundante num longa-metragem. O bom elenco (Marcos Palmeira, Maria Fernanda Cândido e Bruno Garcia) até que se esforça, mas não consegue extrair muita coisa de um roteiro tão ralo. A direção de Moacyr Góes - profissional vindo do teatro estreando agora na tela grande - também não ajuda a tornar Dom um espetáculo mais palatável. Mesmo porque Chabrol já fez um belíssimo filme sobre o mesmo tema: Ciúme - O Inferno do Amor Possessivo. E a comparação se torna inevitável.