KINGSMAN: O CÍRCULO DOURADO
Em Kingsman - Serviço Secreto, o diretor Matthew Vaughn apostou em uma sátira criativa e divertida dos filmes de espionagem, o que resultou em um excelente filme pipoca. Infelizmente, sua sequência não tem o mesmo brilho e se perde em meio a piadas infantis e personagens extremamente cartunescos.
Na trama, a sede da Kingsman é destruída e a maioria de seus membros acaba morrendo no ataque orquestrado pela máfia conhecida como "O Círculo Dourado", comandada pela sádica e "afetada" Poppy (Julianne Moore), que basicamente é uma versão feminina do mesmo personagem vivido por Samuel L. Jackson no primeiro longa. Para capturar os responsáveis e honrar os ex-colegas, Eggsy (Taron Egerton) e o agente Merlin (Mark Strong) se unem novamente para uma outra missão.
A dupla acaba encontrando uma pista que os leva para uma fábrica de bebidas, nos Estados Unidos. Lá eles descobrem que o lugar é uma fachada para outra agência de espionagem chamada Statesman, que também está investigando a máfia misteriosa depois que um bizarro vírus, caracterizado pela aparição de veias azuis no rosto dos infectados, está sendo transmitido através de drogas. É nesse momento também que os dois descobrem que o agente Harry (Colin Firth) está vivo, solucionando a dúvida que afligia os fãs.
O Círculo Dourado traz um enredo bem menos sádico e sanguinário - é só lembrar que o seu antecessor teve a ousadia de explodir a cabeça de Barack Obama - já o humor é a grande arma de Vaughn. Pena que as tiradas decepcionam e são dignas de besteirol de baixa qualidade.
Tentando fugir um pouco do ambiente de "bro culture" do outro, a sequência tenta dar mais destaque as mulheres por meio de personagens como a de Halle Berry, uma das agentes da Statements buscando superar o machismo da empresa e atuar na linha de frente das missões, e também da própria vilã interpretada por Moore, que reclama por não ser reconhecida como uma mulher de sucesso "apenas" por atuar no mundo do crime.
O elenco estrelado e competente, que conta ainda Jeff Bridges, Channing Tatum e Pedro Pascal, segura o filme mesmo quando os papéis não fazem jus ao seu talento (como é o caso de Bridges). A participação do cantor Elton John surpreende e ajuda a dar emoção ao desfecho morno com vilões que não dificultam aos mocinhos as honras de salvar o mundo.
Kingsman - O Círculo Dourado usa e abusa da mesma fórmula do primeiro, mas sem a mesma perspicácia nas piadas e cenas de ação mais contidas e menos inspiradas. Vale pelo repeteco, mas não acrescenta nada à obra original.