Missão: Impossível - Efeito Fallout mantém alta a adrenalina da franquia
Fórmulas dominam o cinema comercial e Missão: Impossível leva essa lógica a outros níveis, com um formato sempre campeão, agradável e atrativo. Só que Efeito Fallout não só acerta a mão, assim como Nação Secreta, mas mostra que a franquia de espionagem e ação de Tom Cruise é capaz de se adaptar e brigar de igual para igual com Velozes e Furiosos, super-heróis e quem mais vier pela frente.
Esta é uma das sequências mais diretas da franquia, com retorno de Ilsa Faust (Rebecca Ferguson), de Nação Secreta, o vilão Solomon Lane (Sean Harris) e Alan Hunley (Alec Baldwin). Sem falar no retorno de Christopher McQuarrie: Pela primeira vez um diretor assina dois filmes da franquia seguidos. O longa trabalha o passado de Ethan Hunt, mas também apresenta uma nova ameaça do grupo conhecido como Sindicato. Mas o que gira mesmo é a vontade de Lane torturar o protagonista enquanto cria uma nova ordem mundial.
Por um lado, Lane continua um vilão sem profundidade, que fala pouco e não rende muito na tela, mas tudo bem, porque ele funciona como motivação para o verdadeiro antagonista deste longa, muito mais charmoso e interessante de acompanhar. Henry Cavill, e seu bigode que custou milhões à Warner em Liga da Justiça, é um bom imimigo de filme de ação, embora esteja longe de ser um "bandido" realmente interessante. A atuação do cara está no mesmo nível do Superman que conhecemos, mas, pelo menos, nas cenas de ação não dá para reclamar nem um pouco.
Destaque mesmo para a moralmente questionável Viúva Branca, vivida por Vanessa Kirby, a princesa Margaret de The Crown. Ela é uma enigmática negociante do submundo, com muito apelo de femme fatale de filmes Noir. Sem falar que Ilsa, vivida por Rebecca Ferguson, mais uma vez mostra que é a contraparte perfeita de Ethan Hunt e uma das personagens mais badass do cinema.
As cenas de ação parecem cada vez mais inspiradas, com Tom Cruise arriscando a vida em momentos espetaculares, feitos para ele parecer o cara mais durão do rolê e ainda se manter gato a cada cena. Divertido, claro, mas destaque mesmo para as incríveis cenas de luta, com efeitos sonoros poderosos para fazer o espectador sentir cada porrada...sem falas nas perseguições – sensacionais em quaisquer que sejam os veículos em que elas ocorram.
O fato de o filme não ter surpresas é um problema, tanto que a reviravolta final foi divulgada previamente pela equipe de marketing de tão óbvia que seria. O final também peca pela demora em resolver a questão das armas nucleares. Ah sim, dessa vez Ethan corre para impedir três armas nucleares de serem detonadas, mas isso não importa de verdade, qualquer que fosse o motivo faria sentido para colocar as coisas em movimento.
Apesar de Missão: Impossível tirar o fôlego, não traz nenhum momento marcante como outros longas da franquia. Pelo menos compensa com um roteiro bem amarrado para justificar a treta existir e apresenta personagens carismáticos. Fica claro que a franquia sabe trabalhar seus temas com criatividade e foco na diversão e, se continuar assim, podem vir mais 10 longas da franquia no futuro que não há motivo para se cansar.