MOMENTOS ETERNOS
Jan Troell é um dos diretores suecos que conseguiram certo destaque internacional, graças ao díptico sobre imigrantes que realizou nos anos 70, Os Emigrantes e Nova Terra, filmes grandiosos com mais de três horas de duração, que mostravam um diretor com habilidade de grande artesão.
Momentos Eternos é um tanto previsível, pois parece um filme de Billie August, quando este era capaz de fazer algo como Pelle, O Conquistador. Troell pesa muito a mão ao mostrar a brutalidade e a ignorância de um homem pouco instruído no trato com filhos e esposa.
Felizmente, após uma temporada na cadeia, o homem volta compreensivo e manso, respeitoso com os sonhos de todos, até mesmo com o de sua mulher, que vivia com uma máquina fotográfica, algo visto por ele como frescura de elite.
Se essa mudança é um tanto inverossímil, pelo que havíamos visto do brutamontes, alguns dos melhores momentos acontecem por causa dela. É quando o filme nos lembra da boa mão de Troell para retratos de uma comunidade que deseja prosperar na vida. Os últimos momentos, principalmente, apagam um pouco a sensação de déjà vu que sentimos durante quase toda a projeção, e não dá para reclamar muito quando isso acontece.