MOTOBOYS_VIDA LOCA
Eleito pelo público da 27ª Mostra BR de Cinema como Melhor Documentário Brasileiro, o filme MOTOBOYS_vida loca, de Caito Ortiz, estréia nesta sexta-feira 18 e leva para as telas o registro da vida de quatro motoboys e uma motogirl e mostra a relação de amor e ódio do paulistano com estes profissionais.
Ao longo do filme, o espectador é apresentado a dados sobre a profissão e confere entrevistas com o arquiteto e urbanista Paulo Mendes da Rocha, o apresentador Serginho Groisman, o publicitário Washington Olivetto, o fundador da Companhia Engenharia de Tráfego, Rodrigo Scaringella, e o psicoterapeuta Jacob Pinheiro.
Caito Ortiz sintetiza o dia-a-dia dos motoboys - estimados entre 170 mil e 350 mil na cidade - ao mesmo tempo em que faz uma análise das desigualdades sociais e das paranóias dos paulistanos, que encontram seu clímax nos engarrafamentos quilométricos.
MOTOBOYS_vida loca é bem montado, enxuto e faz um importante documento da realidade caótica do trânsito na cidade. As entrevistas são bem conduzidas e, como em todo bom documentário, o tom é de é isenção. Seu maior mérito, no entanto, é revelar este personagem tão presente em nosso cotidiano e revelar que o maior problema de uma metrópole como São Paulo ainda é o individualismo. Todos olham só para o seu próprio umbigo. Motoristas de carro, ônibus, caminhão, taxistas e motoqueiros se sentem desrespeitados no trânsito e acham que são os donos da razão. Mas como diz Jacob Pinheiro em certo momento do filme, "no trânsito de São Paulo não há inocentes."
Em tempo: motoboys pagam meia entrada para assistir ao filme. Basta apresentar a carteira de habilitação na bilheteria do cinema.