O BÚFALO DA NOITE
Trabalhando no cinema mexicano, o diretor venezuelano Jorge Hernandez Aldana conseguiu dois feitos importantes logo no seu filme de estréia, O Búfalo da Noite: competiu no prestigiado Festival de Sundance e obteve distribuição internacional por meio da Fox. Com merecimento. Ancorado pelo roteiro que ele próprio escreveu, em parceria com o genial Guillermo Arriaga (autor de 21 Gramas e Amores Brutos, entre outros), Aldana demonstra talento e competência narrativa para contar esta densa história de amores e traições.
Quem conduz toda a trama é Manuel (Diego Luna, de E Sua Mãe Também), um jovem estudante entristecido e atormentado pelo suicídio de seu grande amigo, Gregório, que sofria de esquizofrenia. Aos poucos, outras personagens-chave vão se agregando à história, como a namorada de Manuel e a irmã de Gregório. Lenta e dolorosamente, o espectador vai desenrolando o fio da meada e logo se percebe que a esquizofrenia foi apenas um dos fatores que levaram o perturbado Gregório à morte. Há tramas e subtramas a serem desvendadas, o que confere ao filme não apenas o peso e a densidade necessários à morbidez do tema, como também uma aura de suspense que em seu terço final desemboca no policial.
Emoldurado pela bela e escura fotografia em tons negros e azulados, O Búfalo da Noite é um trabalho intimista e reflexivo que trabalha com qualidade cinematográfica alguns dos binômios mais paradoxais da própria existência, como amor e morte, sexo e traição, amizade e destruição.
Experimente.