O CRIME DO PADRE AMARO
México, Espanha, Argentina e França investiram US$ 1,8 milhão para adaptar para o cinema o famoso romance do escritor português Eça de Queirós: O Crime do Padre Amaro. O resultado pode não ter sido cinematograficamente entusiasmador, mas financeiramente os produtores não têm do que reclamar: só nos Estados Unidos e na Espanha o O Crime do Padre Amaro rendeu mais de US$ 5 milhões e tem uma carreira internacional promissora pela frente, principalmente depois de ter conquistado uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro, no caso, representando o México.
Para quem não leu o livro na escola, a história fala de Amaro (Gael García Bernal, o mesmo de E Sua Mãe Também), um pároco que é enviado a uma pequena cidade mexicana, onde se apaixona pela bela Amélia (Ana Cláudia Talancón). A trama – escrita em 1875 – podia até causar furor na época, mas hoje este tipo de drama eclesiástico já não é visto com tanto interesse. Mesmo porque o diretor Carlos Carrera opta por uma narrativa extremamente convencional e linear, usando e abusando do estilo folhetinesco, típico das novelas feitas em seu país. A indicação ao Globo de Ouro soa exagerada. Como as interpretações dos protagonistas do filme.
16 de janeiro de 2003
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Celso Sabadin é jornalista e crítico de cinema da Rádio CBN. Às sextas-feiras, é colunista do Cineclick. celsosabadin@cineclick.com.br