O FABULOSO DESTINO DE AMÉLIE POULAIN
Pra cima, alegre, alto astral, divertido, ágil, otimista. Quem diria? Trata-se de um filme francês! O cinema produzido na França mostra todo o seu vigor no delicioso O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, filme que entra em cartaz esta semana no circuito brasileiro.
Dirigido por Jean-Pierre Jeunet, o mesmo de Delicatessen e do quarto episódio da franquia Alien, O Fabuloso Destino de Amélie Poulain levou mais de sete milhões de franceses às bilheterias e está prestes a se transformar no filme francês de maior faturamento na história das bilheterias dos Estados Unidos.
Com poesia e bom humor, a história fala da pequena Amélie, uma garota parisiense que é criada pelos pais longe do convívio de outras crianças. Quando cresce (agora interpretada pela ótima Audrey Tatou), a jovem esperta de expressivos olhos escuros chega à conclusão que seu “fabuloso destino” é simplesmente praticar o bem para as outras pessoas. Porém, como seu convívio social sempre foi muito restrito, ela se percebe tímida demais para cumprir sua missão. Mas buscará caminhos alternativos – e divertidos – para efetivá-la.
Pelos caminhos de Amélie cruzarão os mais fascinantes e inesquecíveis personagens. Desde um rapaz que coleciona fotografias 3x4 de pessoas anônimas, até um senhor que não vê televisão porque tem preguiça de trocar os canais.
A narrativa é vibrante e a montagem é primorosa. No início, o filme lembra muito o premiadíssimo curta-metragem brasileiro Ilha das Flores. Mas depois Amélie segue seu caminho de fábula, de romance, de histórias “como as de antigamente, que não existem mais”.
Não por acaso, o filme está colecionando prêmios e mais prêmios internacionais e é um forte candidato a ganhar o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro deste ano.
Não perca.
7 de fevereiro de 2002
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Celso Sabadin é jornalista e crítico de cinema da Rádio CBN. Às sextas-feiras, é colunista do Cineclick. celsosabadin@cineclick.com.br