O GATO
Deliciosamente sacana, o humor de O Gato agrada a adultos e crianças. O público infantil certamente ficará encantado com a direção de arte estilizada, as cores berrantes, os cenários exagerados, e um desenho de produção de encher os olhos. É como se os desenhos do livro escrito por Dr. Seuss (o mesmo autor de Como O Grinch roubou o Natal) tivessem saltado diretamente do papel para a tela grande do cinema, num passe de mágica digno do próprio personagem principal. Já o público adulto vai curtir as gags de duplo sentido e o sarcasmo ferino da direção do estreante em cinema Bo Welch, que até então atuava somente como desenhista de produção e diretor de arte. Como se vê, não é por acaso o visual caprichado do filme.
Mike Myers se sai bem como felino. O papel lhe dá todas as oportunidades para exercitar livremente seu conhecido histrionismo já verificado na série Austin Powers. E com uma grande vantagem: por ser um filme infantil, aqui não já espaço para a escatologia. Ufa, finalmente!
A lamentar apenas - mais uma vez - o título em português. Por que não O Gatola na Cartola, igual ao título do livro já publicado no Brasil? Ficaria bem mais interessante, e ainda teria o mérito de levar a garotada à livraria mais próxima, depois de uma divertida sessão de cinema.