O MELHOR DE MIM
Se você acha que O Melhor De Mim vai repetir todas as fórmulas já conhecidas dos dramas de Nicholas Sparks e entregar uma história água com açúcar sem nada de especial, acertou.
Com direção de Michael Hoffman (Um Dia Especial), a trama gira em torno do casal Dawson e Amanda, interpretados na juventude por Liana Liberato e Luke Bracey. Completamente apaixonados durante a adolescência, os dois acabam se separando por motivos bem comuns neste tipo de filme, como problemas de famílias e o batido discurso de "eu não sou bom o bastante para você". Adultos, vividos por Michelle Monaghan e James Marsden, se reencontram após a morte de um amigo em comum e os velhos sentimentos vêm à tona.
Abusando de clichês, o longa não inova e revisita motivos que unem o casal, além dos possíveis conflitos que podem separá-lo. Usando cenas comuns como beijos na chuva e momentos românticos embaixo d'agua, o filme cria a empatia pelo casal aparentemente perfeito e insiste em dar provas e mais provas do quanto esses dois merecem ficar juntos. Além disso, insere situações dramáticas aleatórias na esperança de arrancar lágrimas da audiência a cada etapa da história.
Envolto em tom melodramático que vai desde a música triste de fundo até close-ups, o enredo se desenrola sem surpresas, com montagem não linear, alternando passado e presente. Pior, é ver que o reencontro não muda apenas a vida amorosa dos personagens, mas até mesmo cabelos e roupas, que passam a remeter à adolescência, principalmente da protagonista feminina.
Com nove filmes e no processo de lançar sua própria produtora, o autor que nos entregou o querido Diário De Uma Paixão continua na produção de um livro atrás do outro, e consequentemente, um filme atrás do outro. Atores desconhecidos e medianos (exceto por casos como Noites De Tormenta, com Richard Gere e Diane Lane) garantem produções baratas com potencial para atrair grande público, afinal, mais uma vez, a trama simples irá agradar àqueles que procuram um drama bonitinho, cheio de insinuações sobre o destino, com um final emocionante totalmente impossível e a repetição da palavra "amor" e suas variações centenas de vezes.