‘O Telefone Preto‘ é o que chamamos de um terror bem feito
Mais uma vez, o cineasta Scott Derrickson mostrou que sabe como se reinventar dentro do gênero
Para os aficcionados pelo terror não há nada melhor do que sentar na poltrona do cinema para curtir um novo longa do gênero. E se a produção for capaz de surpreender com uma história potente e apavorar com um clima caprichado de tensão, melhor ainda!
O Telefone Preto, novo longa do cineasta Scott Derrickson, chega aos cinemas e prova, mais uma vez, que o diretor – também responsável por O Exorcismo de Emily Rose e A Entidade – sabe como se reinventar no amado gênero e entregar um filme "redondinho".
A trama
Estrelado por Ethan Hawke e Mason Thames, o filme conta a história de Finney, um garoto de 13 anos tímido, mas que se destaca por sua inteligência. Um dia, ele é capturado por O Sequestrador, um assassino sádico e temido por toda a cidade.
Preso em um porão à prova de som, ele encontra um telefone preto desconectado na parede, mas que começa a tocar. Finney então descobre que pode ouvir as vozes das vítimas anteriores do assassino e que elas estão determinadas a garantir que o que aconteceu com elas não aconteça com o garoto.
Uma direção habilidosa
Depois de oito anos afastado do terror, Scott Derrickson volta com o pé direito ao gênero para mostrar como nasceu para comandar longas com esse estilo.
Depois de sucessos como O Exorcismo de Emily Rose, Livrai-nos do Mal e A Entidade, o americano traz a O Telefone Preto uma direção habilidosa e ardilosa – no melhor sentido da palavra – pois sabe exatamente como apavorar sem apelar para o jumpscare barato.
Diferente de muitos outros diretores do gênero, Derrickson sabe preparar um clima rico de tensão, inserindo sacadas interessantes de pavor com o intuito de, literalmente, surpreender sua audiência e fazê-la pular da cadeira!
Roteiro potente
O roteiro de O Telefone Preto, assinado pelo cineasta em parceria com Robert Cargill, foi baseado no livro Fantasmas do Século XX, de Joe Hill, escritor e filho de Stephen King, e é certeiro! Mostrando a que veio, o texto tem referências claras de IT: Obra Prima do Medo, best-seller do mestre do terror que já ganhou as telas em três produções de qualidade.
Apesar de conciso, o roteiro conta com um início menos intenso e demora um pouco para expor suas artimanhas, o que pode cansar os mais apressados pelo pavor. Entretanto, quando "engata", o texto compensa qualquer impaciência que tenha surgido no meio da trama, explicando e amarrando todas as pontas deixadas propositalmente para surpreender o espectador com um final, digamos, épico!
Atuações eletrizantes
Sabemos que o grande nome deste filme é Ethan Hawke, consagrado ator que supera todas as expectativas no papel de O Sequestrador. Perigoso, o personagem mostra que o ator se entrega a qualquer gênero com tamanha habilidade, o que já não é mais uma novidade para ninguém.
Mas é preciso reconhecer que quem realmente entrega tudo em O Telefone Preto é a dupla Mason Thames e Madeleine McGraw, os irmãos Finney e Gwen, respectivamente.
No papel do refém, Thames, de apenas 15 anos, garante uma atuação poderosa e eletrizante, dando um ritmo interessante ao longa. Em uma das cenas de embate com O Sequestrador, o garoto entrega momentos louváveis e deverá conquistar ainda mais sucesso com seu talento.
Do outro lado temos a espevitada Gwen, personagem conduzida brilhantemente pela jovem atriz de 13 anos. Com um humor ácido, a irmã de Finney arranca risadas em suas conversas com Jesus e usa suas habilidades sensitivas para tentar encontrar o garoto. O aprofundamento da personagem é um dos maiores destaques do longa.
É um filme para se deliciar nas telonas do cinema
O Telefone Preto cria uma atmosfera de pavor e garante ao público uma imersão interessante ao universo assustador criado por Derrickson, além de trazer uma originalidade que vinha fazendo falta no gênero do terror!