OS AMANTES
O tédio do casamento, o adultério, a traição, a paixão avassaladora, todos estes temas poderiam ser encarados de forma preconceituosa e talvez até escandalosa, em 1958, ano de produção do filme Os Amantes. Hoje, porém, este trabalho de Louis Malle (o mesmo de Adeus Meninos) retém um sabor de passado, de roupa velha guardada no armário.
Bastante simples e linear, a trama fala de Jeanne (Jeanne Moreau), mulher entediada pelo casamento com Henri (Alain Cuny), dono de um jornal em Dijon. Jeanne prefere a agitação de Paris, para onde vai constantemente se encontrar com a amiga Maggy (Judith Magre) e o charmoso jogador de pólo Raoul (José-Luis Villalonga), de quem se torna amante. Logo, porém, Jeanne percebe que seu suposto amor pelo novo amante pode ser facilmente substituído por uma aventure que a tire de sua vida sem sentido.
Adaptado do romance Point de Lendemain, de Dominique Vivant, Os Amantes hoje é um filme direcionado apenas a estudantes, historiadores ou a interessados particularmente no estudo da obra de Louis Malle. Seu valor é muito mais histórico que cinematográfico.
26 de setembro de 2001
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Celso Sabadin é jornalista e crítico de cinema da Rádio CBN. Às sextas-feiras, é colunista do Cineclick. celsosabadin@cineclick.com.br