OS NORMAIS - O FILME
Dá pra rir. Mas não dá pra gargalhar. Talvez seja esta a melhor definição para Os Normais, um dos filmes brasileiros mais aguardados do ano. A trama começa bem. Mostra Vani (Fernanda Torres) e Rui (Luiz Fernando Guimarães) vestidos de noivos, no porto do Rio de Janeiro. aguardando embarque num navio. Tudo indica que eles saíram da igreja direto para a lua-de-mel, mas logo o roteiro revela que a história não é bem assim: Vani e Rui acabaram, sim, de se casar, mas não um com o outro. Eles se conheceram há apenas doze horas, enquanto se casavam com outros pares, e agora estão juntos. O que teria acontecido? É isso que o filme passa a mostrar, em flash back.
Passada a boa impressão inicial, o filme, porém, começa a "patinar", ou seja, girar em falso sem sair do lugar. O ótimo ritmo do seriado de TV não é repetido na tela grande, e infelizmente os diálogos da telona não são tão afiados como os da telinha. Justiça seja feita: não se trata de um filme ruim. Nada disso. O problema é que ele não é tão bom quanto o seriado. Na adaptação da tela pequena para a tela grande, algo se perdeu. Principalmente a espontaneidade dos diálogos e a velocidade das piadas. Talvez a escolha de José Alvarenga Jr. para a direção não tenha sido das mais acertadas, ele que vem de um estilo mais "mão pesada", típico dos filmes dos Trapalhões que já capitaneou.
Para o bem e para o mal, a baixaria continua. Há quem goste e há quem rejeite, mas a verdade é que as inúmeras gags com referências sexuais permanecem como o fio condutor da trama.
Uma das grandes vantagens de Os Normais é o seu elenco: as piadas, nas bocas de Luiz Fernando e de Fernanda Torres (com o apoio de Evandro Mesquita e Marisa Orth) sempre soam mais divertidas do que realmente são. Trata-se enfim, de uma diversão eficiente para quem não for exigente demais. Talvez funcione melhor quando sair em vídeo.