PERCY JACKSON E O MAR DE MONSTROS
Baseado na obra de Rick Riordan, Percy Jackson e o Mar dos Monstros é a sequência que pouca gente aguardava. Assim como O Ladrão De Raios, o longa não tenta surpreender, mas consegue divertir com humor leve e batalhas animadas. Mais fiel ao livro do que o primeiro filme, a continuação proporciona uma aventura mais coesa e com bom ritmo, mas com alguns problemas.
Dirigido por Thor Freudenthal (Diário De Um Banana), a aventura infanto-juvenil está repleta de diálogos bobos e atuações batidas. Ao contrário da saga Harry Potter, a série evita aprofundar os personagens e perde chances preciosas. No começo, até temos a impressão que isso vai acontecer, Percy (Logan Lerman) se mostra resentido com seu pai e não saber lidar com a fama de herói. Ele começa a se questinar e, por um tempo, parece que o personagem se tornará mais interessante, mas esse aspecto logo é esquecido quando o acampamento Meio-Sangue é atacado.
Esse combate inicial funciona, porém a revelação do verdadeiro vilão é feita cedo demais e acaba com qualquer chance de suspense. A partir daí começa uma missão para salvar a árvore encantada que protege o acampamento. Obviamente, a tarefa recai sobre Percy e seus amigos, Annabeth (Alexandra Daddario), Grover (Brandon T. Jackson) e seu meio-irmão ciclope Tyson (Douglas Smith).
Mais uma vez percebemos que ser um semideus não é grande coisa nesse mundo, já que os únicos seres com capacidade de fazer algo realmente útil são os protagonistas. Ao menos, essa é a impressão passada pela versão cinematográfica.
Outro problema são os efeitos visuais – algumas vezes incapazes de passar veracidade. Quando não funcionam, fica difícil esquecer que os atores estão, na verdade, lutando contra uma bola de tênis diante de um fundo verde. Esse é um grave problema para uma produção dependente de CGI.
Seria possível aproveitar melhor a aventura se a trama inovasse, mas somos confrontados o tempo todo com clichês do tipo "você é o escolhido" e "existe uma profecia que precisa ser seguida" – noções mais do que comuns no gênero fantasia. Além disso, o longa não causa admiração com locações ou criaturas, coisa que O Ladrão de Raios consegue fazer – principalmente pelos elementos modernos misturados com os antigos.
Os fãs vão gostar de duas grandes novidades: Tyson e Clarisse. O primeiro é um ciclope gentil que adora seu meio-irmão. O fato de não haver rivalidade entre eles já é uma boa notícia. A segunda, e mais interessante, é a competitiva filha do deus da guerra Ares que apimenta as coisas. Ela é intepretada por Leven Rambin como uma versão mais infantil de sua personagem Glimmer em Jogos Vorazes e tem potencial para crescer na franquia.
Para adolescentes, Percy Jackson e o Mar dos Monstros funciona e até os pais devem se divertir. O problema é a franquia não tentar ir além disso. Seria possível criar algo muito melhor, simplesmente seguindo os livros e investindo um pouco mais em personagens.