PROMESSAS DE UM NOVO MUNDO
Em 1997, o repórter B.Z. Goldberg retornou a Jerusalém, cidade onde foi criado, com o projeto de entrevistar crianças para um documentário. Ao lado de dois co-diretores – Justine Shapiro e Carlos Bolado –, Goldberg centralizou suas entrevistas em sete crianças de diferentes origens: os judeus Moishe, Shlomo, Yarko e Daniel, e os palestinos Mahmoud, Sanabel e Faraj. Entrevistadas separadamente, as crianças falam sobre os horrores da guerra, sobre parentes e amigos mortos, e não raramente destilam ódio contra as facções contrárias. Até o momento em que Goldberg propõe que elas se encontrem. Algumas não aceitam a idéia, mas outras encaram o desafio.
O encontro destes meninos e meninas que nutrem diferenças tão irreconciliáveis é um dos mais belos momentos do cinema, nos últimos anos. Em minutos, o ódio milenar abre espaço para a conversa sincera e, rapidamente, todos estão juntos, brincando e jogando futebol. Chegam até a comentar que o Brasil é a equipe favorita deles para a Copa do Mundo. Em 2001, o cineasta voltou ao lugar, para verificar como estavam, agora, aquelas crianças que ele havia conhecido cinco anos antes.
Promessas de um Novo Mundo é um tapa na cara da intolerância. Uma lição de vida dada por um punhado de crianças que consegue provar que a paz é, sim, possível. Desde que haja um mínimo de boa vontade. O filme foi aclamado em vários festivais internacionais, tendo sido premiado em Locarno, Rotterdan, São Francisco, São Paulo, Valladolid e Vancouver.