UMA MANHÃ GLORIOSA
O pôster do filme faz questão de deixar claro que Uma Manhã Gloriosa é da mesma roteirista de O Diabo Veste Prada. Nem precisava: as duas histórias são praticamente iguais.
Idealista e workaholic, a produtora de TV Becky (a eficiente Rachel McAdams, de Sherlock Holmes) recebe um grande desafio em sua carreira: levantar a audiência de um decadente programa vespertino de TV. Mas para isso ela precisará enfrentar os egos gigantescos de dois âncoras veteranos: Mike Pomeroy (Harrison Ford, num dos momentos mais caricatos de sua carreira) e Colleen (Diane Keaton).
É evidente que este tipo de comédia romântica trabalha sempre dentro de um certo padrão, de uma formulazinha pronta daquilo que a plateia espera que aconteça. Normal. Mas Uma Manhã Gloriosa abusou do direito de ser absolutamente igual a tudo o que já foi feito. Nada surpreende. E, pior: sem o charme nem o carisma de seu, digamos assim, antecessor, O Diabo Veste Prada.
Nem a direção do sul africano Roger Mitchell, o mesmo de Um Lugar Chamado Notting Hill, consegue tirar o filme da vala comum. Sobram uma piadinha legal aqui e ali, e uma tentativa rasa de discutir a decadência do jornalismo de qualidade frente à moda das celebridades vazias. É pouco.
Uma Manhã Gloriosa será mais palatável daqui a alguns anos, num dia chuvoso, quando passar na Sessão da Tarde. De graça.