VÍCIO FRENÉTICO (2009)
Assistir a Vício Frenético, que tem apenas o mesmo nome do longa de Abel Ferrara, é relembrar duas coisas. A primeira: Nicolas Cage é um baita ator; a segunda: ele ainda sabe escolher papeis que o permitam demonstrar isso.
Sua capacidade de atrair atenção é tamanha que, mesmo estando em todas as sequências do filme, é impossível ficar enjoado de sua presença. Ela é fundamental, o elemento principal do filme. Todos os acontecimentos sempre envolvem esse policial que inicia uma incontrolável e alucinante jornada após um acidente.
O diretor alemão Werner Herzog (O Sobrevivente) faz um filme que simplesmente tira o fôlego. Por que isso é genial? Porque ele não usa a velocidade, frenesi e cortes rápidos. Não existe câmera alucinada, trilha no último volume, atuações exageradas (cadê o Tony Scott?). Com maestria, conta uma história que explora o suspense e a incapacidade do ser humano controlar o que ele mesmo inicia.
Não existe um começo para Vício Frenético. É o espectador que, repentinamente, é atirado em uma história que já está acontecendo e tem de acompanhá-la. Após esse primeiro laço, não existe caminho de volta. Até o fim dos 121 minutos, não há como tirar os olhos de Terence McDonagh (Cage) e uma espiral de vício, armações, amores, vida animal, chantagem e por aí vai.
Vício Frenético é aquele monstro que parece insignificante, no início. Quando você percebe o que está acontecendo é tarde demais. O jeito é tentar arrumar as coisas.