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A figura do pai j á recebeu diversos tipos de representa ç ã o no cinema. Em homenagem a quem nos colocou no mundo, escolhemos algumas dessas representa ç õ es marcantes. 
   
 Por S é rgio Alpendre

Um pai franc ê s é uma das atra ç õ es do recente À Deriva . Vincent Cassel é o ator por tr á s do personagem que se vira para n ã o desmoronar com o fim do casamento e tem o carinho imenso da filha adolescente, a verdadeira protagonista do filme de Heitor Dhalia ( O Cheiro do Ralo ).

O diretor Clint Eastwood ( Gran Torino ) tem diversos filmes com pais incompreendidos ou superprotetores. Poder Absoluto faz parte do primeiro caso e traz o ator que encarnou Dirty Harry no papel principal. Felizmente, um caso pol í tico em que se mete ajuda na reaproxima ç ã o com a filha, vivida por Laura Linney ( A Fam í lia Savage ).

J á Sobre Meninos e Lobos mostra o pai superprotetor vivido por Sean Penn ( Milk - A Voz da Igualdade ), que sofre horrores com o assassinato brutal de sua filha e sai em busca de vingan ç a contra quem estiver na frente.

Em Menina de Ouro , o pai incompreendido volta à cena, com cartas n ã o recebidas pela filha distante. Seu passado é ingl ó rio, mas ele v ê , na aprendiz de lutadora que se transforma em campe ã dos ringues, interpretada por Hillary Swank, uma segunda chance. É um dos personagens mais marcantes de Clint Eastwood no cinema. Melhor dizendo, é um dos mais marcantes do cinema. Ponto.

Outro que sempre versa sobre o tema da paternidade é Steven Spielberg ( Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal ). No divertido Prenda-me Se For Capaz , Leonardo DiCaprio ( Foi Apenas um Sonho ) faz o falsificador que tem uma liga ç ã o muito forte com o pai, vivido brilhantemente por Christopher Walken ( O Rei de Nova York ).

Guerra dos Mundos é problem á tico. O paradigm á tico pai spielberguiano , vivido por Tom Cruise, luta contra for ç as extraterrestres para proteger sua fam í lia, mas n ã o consegue resgatar o respeito que foi perdido. Como filme de aventura é bacana, como acerto de contas familiar é capenga.

Bem melhor é Indiana Jones e a Ú ltima Cruzada , talvez o grande filme de Spielberg. Nesta terceira aventura do arque ó logo interpretado por Harrison Ford, ele reencontra o pai, ali á s, Sean Connery. Os olhares que trocam, bem como as aventuras que vivem juntos, recebem um ritmo perfeito, com um brilhante trabalho de c â mera.

Baseados na obra de Gavino Ledda, os irm ã os Taviani realizaram o cl á ssico Pai Patr ã o , no qual o personagem do pai, interpretado pelo ó timo Omero Antonutti, em uma ú nica e brilhante cena, demonstra o amor que sente pelo filho. O momento é r á pido, pode at é passar despercebido. Mas é dos grandes momentos do cinema.

Descendo um pouco o n í vel, n ã o temos como ignorar O Paiz ã o , um dos primeiros ve í culos para o brilho suspeito de Adam Sandler ( Click ).

O pai est á obviamente ausente na maior parte de Quando Papai Saiu em Viagem de Neg ó cios , o filme mais pol í tico de Emir Kusturica, mais que Underground . A desculpa estampada no t í tulo era como as crian ç as ficavam sabendo sobre o que, na verdade, era a pris ã o politica do pai.

Uma cena justifica a presen ç a de Teen Wolf - O Garoto do Futuro nesta galeria: o filho Michael J. Fox descobre que vira lobisomem. O pai est á na porta do banheiro, insistindo que entende esse rito de passagem vivido pelo filho (todos, plat é ia e filho, pensam que o pai fala da descoberta da sexualidade pelo adolescente), quando, na verdade, ao abrir da porta, o pai revela os pelos caracter í sticos de um homem lobo. Cl á ssico.

Uma bem-vinda raridade é o lan ç amento em DVD deste filme sensacional do inigual á vel Joseph Losey ( Don Giovanni ), chamado A   Sombra da Forca . Aqui, o pai luta com todas as suas for ç as para provar a inoc ê ncia do filho condenado à morte. Enfrenta, tamb é m, o alcoolismo. O desfecho é de arrepiar.

O mestre do melodrama, e ainda injusti ç ado, Luigi Comencini, realizou a obra-prima Quando o Amor é Cruel , em 1966, filme em que o embaixador, vivido por Anthony Quayle, n ã o testemunha como deveria o crescimento dos filhos. É o tipo de obra que resiste a qualquer coisa: dublagem, tela cheia que adultera o formato retangular da pel í cula original, cor esmaecida, c ó pia borrada... Visto de qualquer forma, em qualquer ocasi ã o, o choro é inevit á vel.

Em Nome do Pai mostra um Daniel Day-Lewis quatro anos ap ó s ter sido premiado com o Oscar por Meu P é Esquerdo , do mesmo Jim Sheridan. No filme, mais um pai tenta provar a inoc ê ncia do filho.   E esse pai teve a interpreta ç ã o elogiad í ssima de Pete Postlethwaite, que, mesmo assim, continuou fadado a ser coadjuvante em filmes comerciais como Amistad e Á gua Negra .

É em nome do pai que Amsterd ã , ou Leonardo DiCaprio ( Foi Apenas um Sonho ), busca vingan ç a contra Bill the Butcher, ou Daniel Day-Lewis ( Sangue Negro ), no belo Gangues de Nova York , filme um tanto subestimado do grande Martin Scorsese ( Os Infiltrados ). Acaba desenvolvendo com o carniceiro uma aut ê ntica rela ç ã o de pai e filho.

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Cineclick

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