<p>Confira alguns dos grandes vencedores de Festival de Cannes</p>

Para aproveitar o 70º Festival de Cannes , um dos eventos mais tradicionais do cinema, que acontece entre 17 e 28 de maio, preparamos essa lista com alguns dos principais vencedores das edições anteriores . Como Cannes possui inúmeras categorias, separamos apenas os ganhadores da Palma de Ouro , prêmio mais importante do festival francês.

Amor  (2012) - Vencedor do Oscar de Melhor filme estrangeiro, este fime de Michael Haneke mostra como duas pessoas tornam-se quase instrumentos uníssonos e inseparáveis. Extinguir um leva ao fim da música. A imaginação da morte parece distante e irreal diante do cotidiano tão bem conhecido. Aqui entra a sutileza de Amor: mostrar o drama não verbalizado de dois idosos diante da doença e possível separação.

Azul É A Cor Mais Quente  (2013) - Polêmico, este longa francês encanta pelo impressionante trabalho de sua atriz principal, a francesa de ascendência grega Adèle Exarchopoulo. Sua personagem em A zul é a Cor Mais Quente tem seu nome. Adèle é uma bela jovem francesa de classe média que acompanhamos o cotidiano aos poucos. Nada no filme do roteirista e diretor Abdellatif Kechiche é pressuroso, as sequências são longas e o filme também – tem quase três horas de duração.

Sono De Inverno  (2014) - Extremamente reflexivo e de uma crueldade belíssima, o filme do turco Nuri Ceylan é tão grandioso quando sua duração - são mais de 3 horas de diálogos complexos que renderam ao diretor sua primeira Palma de Ouro no Festival de Cannes. Ambientado em um hotel na região íngreme da Capadócia, na Turquia, Aydin (Haluk Bilginer) decidiu se recolher após a carreira frustrada como ator e vive dividido entre a redação de colunas para um jornal local irrelevante e as pesquisas para escrever seu primeiro livro, um apanhado histórico sobre o teatro turco.

Marty (1955) - Remake homônimo de uma produção para televisão de 1953, Marty foi o primeiro filme americano a ser premiado em Cannes , mas as honras não param por aí. O longa também levou para casa o prêmio de Melhor Filme Drama no Globo de Ouro 1956 e quatro Oscars neste mesmo ano, entre eles Melhor Diretor e Melhor Filme .

Orfeu Negro (1959) – Primeiro longa envolvendo brasileiros a ganhar a Palma de Ouro em Cannes, Orfeu Negro é uma coprodução entre três países: França, Itália e Brasil. Apesar de o português ser a língua oficial do filme e o ator principal ( Breno Mello ) ser brasileiro, o longa é considerado uma produção majoritariamente francesa. Em 1960, Orfeu Negro foi premiado com o Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira .

A Doce Vida (1960) – Tradicionalmente o júri do Festival de Cannes costuma premiar o trabalho dos grandes diretores, A Doce Vida é um desses casos. O longa é uma das obras primas do italiano Federico Fellini e possui o sedutor ator Marcello Mastroianni como uma das estrelas do elenco. Além da Palma de Ouro, o filme também conquistou o Oscar de Melhor Figurino .

Viridiana (1961) – Polêmico filme envolvendo a vida de uma freira e diversos dogmas religiosos, Viridiana foi atacado pelo Vaticano e proibido na Espanha franquista da época. A Palma de Ouro é o único prêmio conquistado pelo longa, considerado por muitos o mais marcante da carreira do diretor espanhol Luis Buñuel .

O Pagador de Promessas (1962) – O único longa brasileiro a ganhar a Palma de Ouro em Cannes, O Pagador de Promessas escancara o sincretismo religioso no qual o Brasil vive. Em 2012, completa-se 50 anos dessa conquista, uma das mais importantes honrarias conquistadas pelo cinema nacional até hoje. O filme também foi indicado ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira de 1963, mas acabou sendo derrotado pela produção italiana 8½ , assinada por Federico Fellini .

O Leopardo (1963) - Lançado em 1963, ganhou a Palma de Ouro em Cannes e foi indicado ao Oscar de Melhor Figurino no ano seguinte. Estrelado por Burt Lancaster e Claudia Cardinale, além do galã francês Alain Delon , trata-se de uma obra-prima e um capítulo fundamental na obra do diretor italiano Luchino Visconti .

Taxi Driver (1976) – Após o longa Alice Não Mora Mais Aqui ser premiado no Oscar de 1974, o mundo conheceu Martin Scorsese . O que ninguém imaginava é que dois anos depois, o diretor realizaria um dos melhores filmes da história: Taxi Driver . Estrelado de maneira brilhante por Robert De Niro e com a jovem Jodie Foster no elenco, o longa conquistou Cannes, mas sofreu uma das maiores injustiças já realizadas na premiação do Oscar , ao sair da cerimônia de 1977 sem nenhuma estatueta, apesar das quatro indicações.

Apocalypse Now (1979) – Em meio a Guerra Fria e poucos anos depois do fim da Guerra Do Vietnã , o diretor e roteirista Francis Ford Coppola adaptou o livro Heart of Darkness , de Joseph Conrad, para levar às telonas toda a insanidade de uma guerra. Com grandes nomes no elenco, como Marlon Brando , Martin Sheen , Robert Duvall , Harrison Ford e Laurence Fishburne , o longa foi premiado em Cannes e levou dois Oscars para casa.

Quando Papai Saiu em Viagem de Negócios (1985) – Indicado ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira , o longa é uma das grandes obras do sérvio Emir Kusturica . Anos depois o diretor voltaria a ganhar a Palma de Ouro , dessa vez com o longa Underground - Mentiras de Guerra . Em 2008, ele realizou o documentário Maradona by Kusturica , sobre a vida do astro argentino de futebol Diego Maradona

Sexo, Mentiras e Videotape (1989) – A única conquista em Cannes do americano Steven Soderbergh , também marca o início da carreira do diretor. Realizado de maneira independente e com baixo orçamento, o filme surpreendeu a todos ao levar a Palma de Ouro para casa e ser indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original .

Coração Selvagem (1990) – David Lynch já era um nome muito comentado no mundo do cinema após Homem Elefante , mas foi com Coração Selvagem que ele conseguiu sua única Palma de Ouro da carreira. O filme possui trilha sonora primorosa e uma atuação inspirada de Nicolas Cage , algo difícil de ser ver.

Barton Fink: Delírios de Hollywood (1991) – O longa marca uma nova fase nos filmes dos irmãos Joel Coen e Ethan Coen , além de ser a única Palma de Ouro da carreira de ambos. Apesar de instável em algumas passagens, a produção capta bem a vida do dramaturgo nova-iorquino Barton Fink. O filme também recebeu três indicações ao Oscar de 1992.

Pulp Fiction: Tempos de Violência (1994) – Considerado por muitos o melhor filme da carreira de Quentin Tarantino , ao lado de Cães de Aluguel , Pulp Fiction colecionou prêmios ao redor do mundo. Além da Palma de Ouro em Cannes, o longa conquistou o Oscar de Melhor Roteiro Original e o Globo de Ouro de Melhor Roteiro. Este é o primeiro filme da longa parceria mantida entre o diretor e a atriz Uma Thurman , uma das musas de Tarantino.

Dançando no Escuro (2000) – O polêmico diretor Lars von Trier conseguiu sua única Palma de Ouro em Cannes com este longa. O filme é o terceiro de uma trilogia chamada Golden Heart e marca a estreia como atriz da cantora Bjork , além de contar com uma ótima performance da musa veterana Catherine Deneuve .

O Pianista (2002) – Apesar de ser aclamado em todo o mundo, Roman Polanski não havia recebido uma Palma de Ouro em Cannes até o lançamento de O Pianista. O longa conta a história do artista judeu-polonês Wladyslaw Szpilman , que consegue escapar da deportação para um campo de concentração e começa a sobreviver nas ruínas de um gueto em Varsóvia

Elefante (2003) – O diretor Gus Van Sant aborda, com uma sutileza ímpar, um atentado muito semelhante ao que aconteceu em Columbine , nos Estados Unidos. Com elementos lentos que cativam o público até o final explosivo, a produção ganhou merecidamente a Palma de Ouro de 2003 . Curiosidade fica por conta do elenco, formado quase que exclusivamente por alunos do ensino médio que nunca haviam atuado antes.

Fahrenheit 11 de Setembro (2004) – Depois de ganhar fama mundial com Tiros em Columbine , o diretor americano Michael Moore investiga como os EUA se tornaram alvo dos atentados de 11 de setembro de 2001. Ele traça um paralelo entre as gerações de família Bush e as possíveis relações com Osama Bin Laden .

A Fita Branca (2009) – Indicado em duas categorias ao Oscar e vencedor da Palma de Ouro em Cannes , o filme recebeu o reconhecimento que merecia. O diretor Michael Haneke acertou em cheio ao utilizar somente o preto e o branco para retratar um drama às vésperas da Primeira Guerra Mundial.

Árvore da Vida (2011) – Aclamado por muitos e odiados por outros, Árvore da Vida é um filme forte com montagem bem longe do tradicional. Apesar de Terrence Malick reunir um elenco com nomes famosos em Hollywood, entre eles Brad Pitt e Sean Penn , o diretor optou por um drama intimista, repleto de belas passagens, porém de difícil entendimento para o grande público.

Dheepan – O Refúgio  (2015)  - Longa consegue envolver o espectador facilmente no drama de seus protagonistas e explora bem o conceito de choque cultural – como quando Dheepan fica intrigado por não entender o humor nas piadas francesas – o grande problema é que próximo à conclusão do filme, a narrativa parece abandonar esses personagens e se concentrar em um embate violento envolvendo gangues rivais do bairro, confronto esse que acaba envolvendo o soldado cingalês e sua família, mas a razão para tal acaba não sendo bem justificada.

Eu, Daniel Blake  (2016) - Daniel Blake (Dave Johns) sofre um ataque cardíaco e é orientado pelos médicos a se afastar do trabalho, por complicações na saúde. O recém-aposentado passa a buscar pelos benefícios concedidos pelo governo a todos que estão nesta situação. Blake não esperava ter de lidar com a extrema burocracia instalada pelo governo, amplificada pelo fato dele ser um analfabeto digital. Em uma de suas inúmeras visitas aos governamentais, ele conhece Katie (Hayley Squires), a mãe solteira de duas crianças, que se mudou recentemente para a cidade e também não possui condições financeiras para se manter. Após defendê-la, Daniel se aproxima de Katie e passa a ajudá-la.

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Conheça os grandes vencedores de Cannes

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