<p>Faz tempo que anima&#xE7;&#xE3;o n&#xE3;o &#xE9; s&#xF3; para crian&#xE7;a... E voc&#xEA; sabe como tudo come&#xE7;ou?</p>

Em homenagem a este gênero que tem atraído cada vez mais o público adulto, o Cineclick preparou uma breve história da animação. 
 
 Por Karina Gouvêa 
 
Antes mesmo das invenções de Leonardo da Vinci e Giambattista Della Porta ( Câmara Escura ), Athanasius Kircher ( Lanterna Mágica ), Thomas Edison ( cinetoscópio ), os irmãos Louis e Augustine Lumière ( cinematógrafo ) e Thomas Armat ( vitascope ) - que tanto contribuíram para o surgimento do cinema como conhecemos hoje -, a humanidade já retratava seu cotidiano nas paredes das cavernas, rabiscando o que serviria de fonte de inspiração para futuros animadores.

Em aproximadamente 30 mil a.C. foi registrada a primeira concepção de animação. Um artista do norte da Espanha teria ficado insatisfeito com seu desenho de um javali de quatro pernas e, para enganar os olhos e fazer com que as pessoas acreditassem que o animal estava correndo, adicionou algumas pernas extras. 
 
Em 1640, Athanasius Kirchers inventou a Lanterna Mágica, que se tornou muito popular. Em 1794, essa técnica foi desenvolvida por Etienne Gaspard Robert of Liège (mais conhecido como Robertson) que difundiu em Paris, com grande sucesso, uma espécie de show de horror, chamado Fantasmagorie , pelo qual ele projetava figuras como se estivessem voando nos locais de exibição . 
 
Nos séculos que se seguiram, invenções que brincavam com a ilusão de movimento se tornaram uma verdadeira febre e foram aprimoradas ao logo do tempo.

Em 6 de abril de 1906, o inglês James Stuart Blackton (1875-1941) produziu a primeira tentativa de desenho animado, chamada The Humorous Phases of Funny Faces , com apenas 3 minutos de duração. Não era um grande filme (com rostos de homens e mulheres mudando de expressão ao movimento de mãos), mas já era um começo. 
 
Apesar de Blackton ter inventado a técnica de filmagem da animação foi Winsor McCay que inspirou uma geração de cartunistas e animadores, como John Fitzsimmons, Walter Lantz, Dick Huemer, Max e Dave Fleischer. Em 1908, ele produziu Little Nemo , sua primeira tira em quadrinhos, inspirada em seus filhos Robert e Marion, que ganhou notoriedade não só nos Estados Unidos, mas também na Europa. 
 
Em 1914, ele produziu Gertie - The Dinosaur, com mais de 5 mil desenhos em sequência feitos em papel de arroz, explorando princípios dos personagens animados; em outras palavras, eles ganharam vida, com personalidade e emoções próprias.

Com a utilização do celulóide, McCay e sua equipe puderam produzir The Sinking of the Lusitania (1918), sobre o torpedeamento do navio Lusitânia na costa da Irlanda por um submarino alemão, em 1915. A produção deste, que é considerado o primeiro filme animado, durou 22 meses e foram feitos 25 mil desenhos. 
 
Depois disso, McCay continuou produzindo desenhos até sua morte, aos 67 anos, que foram esquecidos até 1947, quando foram achados por Jack Mendelsohn (um dos criadores de Yellow Submarine ) nos pertences de seu pai guardados na garagem de casa.

O que seria de Mickey Mouse, Pernalonga, Pato Donald, Tom e Jerry, Betty Boop e outros sem Dinky Doodle, Colonel Heeza Liar, Bobby Bumps, Krazy Kat, Oswald Rabbit, Ko-Ko The Clown e O Gato Félix? (criado em 1913 pelo cartunista australiano Pat Sullivan e tendo sido transformado em animação por Otto Messmer, mais de dez anos depois, este último foi o mais popular nos anos 20). 
 
Cerca de 200 desenhos curtos foram produzidos de 1913 a 1928, todos silenciosos, com grande sucesso de público. Com o desenvolvimento das técnicas cinematográficas e a popularidade dos desenhos mudos, animadores e diretores envolveram-se em uma corrida frenética pela criação de uma indústria da animação, concentrada principalmente em Nova York. Só para se ter uma ideia, apenas quatro anos depois de Gertie - The Dinosaur , pelo menos uma dúzia de estúdios estava em plena produção na cidade - alguns chegavam a produzir um filme por semana. O estúdio do pioneiro Raoul Barré (1913), de John Randolph Bray (1914) e de William Randolph Hearst's International Film Service (1915) dominaram a produção entre 1913 e 1919. 
 
Problemas como imagens trêmulas e a monotonia de ter de desenhar a mesma cena várias e várias vezes, que tanto aborrecia os primeiros animadores, foram solucionados com o slash system e outras inovações que permitiram fazer cenários fixos, alternando apenas as imagens dos personagens em primeiro plano.

Enquanto nomes como John Bray, George Stallings, Ted Sears e outros aprimoravam suas técnicas, um jovem de 16 anos chamado Walt Elias Disney abandonava o Art Institute de Chicago para se alistar como motorista de ambulância da Cruz Vermelha, no front francês durante a Primeira Guerra. Ao voltar do combate, ele conheceu o talentoso Ubbe Iwwerks (Ub Iwerks) em seu primeiro emprego no Pesmen-Rubin Commercial Art Studio da cidade de Kansas. Essa amizade duraria a vida inteira e muitos dizem que era Ub quem colocava as ideias de Disney no papel, uma vez que este não desenhava tão bem assim. Em 1923, com US$ 40 no bolso, muitos planos e fugindo do pai tirano que queria transformá-lo em funcionário de uma fábrica de geleias, Walt, seu irmão Roy e Iwerks foram tentar a sorte em Hollywood, criando a série inspirada em Lewis Carroll, Alice's Wonderland. Já como Disney Bros. Studio, eles tinham o grande desafio de superar os "veteranos" da animação, como Lotte Reiniger que, em 1926, produziu o primeiro longa animado chamado Prince Achmed . 
 
Em 1927, inventaram Oswald The Lucky Rabbit que, um ano depois, teve as orelhas aparadas pelo próprio Disney, durante uma viagem de trem. Transformado em rato, ele foi provisoriamente batizado de Mortimer, mas o palpite da esposa Lillian fez com que Disney mudasse de ideia e o personagem ganhasse o nome de Mickey, além do físico mais "arredondado" pelas mãos de Iwerks. Mas o personagem não despertou interesse dos distribuidores em suas primeiras aparições, ainda muito parecido com o coelho Oswald.

E o que salvou Mickey e Disney foi o som. Em outubro de 1927, a Warner Bros. lançou o primeiro longa que combinava som às imagens, O Cantor de Jazz ( The Jazz Singer ). Enquanto alguns estúdios resistiram é ideia, Disney viu ali sua grande chance. Em 18 de novembro de 1928, Mickey fazia sua primeira aparição em Steamboat Willie , com traços mais elaborados e cantando duas canções na voz de seu criador ( Steamboat Bill e Turkey in the Straw ). 
 
O sincronismo da fala com a imagem foi um sucesso. O fato representou um marco na história da animação mundial e convenceu a Columbia Pictures a distribuir os primeiros 50 cartoons do ratinho (1929-1932). E Disney transformou Mickey Mouse em um negócio rentável ao vender 10 milhões de copinhos de sorvete e 2,5 milhões de relógios com a esfinge do personagem, tornando-se um homem rico já no final da década.

A chamada Era de Ouro da Animação, de 1928 a 1941, foi predominantemente marcada por descobertas, invenções e aprimoramento das técnicas de animação, principalmente pelos estúdios Disney que criaram personagens cheios de emoções e carisma. Depois de Mickey vieram Pateta (1932) e Pato Donald (1934). 
 
O reconhecimento não tardou. Com a criação da Academia de Ciências e Artes Cinematográficas de Hollywood, em 4 de maio de 1927, Walt Disney recebeu seu primeiro Oscar por Flowers and Trees , o primeiro curta de animação colorido (1931-32) e um prêmio honorário pela criação de Mickey Mouse, que ganhou um novo visual em 1935. 
 
Em 1933, foi a vez de ser premiado com a estatueta por Os Três Porquinhos e não parou mais. Foram mais de 20 Oscars nas categorias Curta de Animação e Trilha Sonora - uma vez que até 2002 não havia a categoria Longa de Animação. Seu primeiro longa-metragem Branca de Neve e os Sete Anões (1937) arrecadou US$ 8 milhões, quatro vezes mais do que O Mágico de Oz faturaria dois anos depois. Um feito que trouxe o que havia de mais moderno em termos de animação: o plano tridimensional.Outras histórias surgiram, cada uma mais original que a outra: Pinóquio (1939), Fantasia (1941), Bambi (1942) e A Dama e o Vagabundo (1955), continuando até os dias de hoje ( Cinderela , A Bela Adormecida , 101 Dálmatas , Bernardo e Bianca , A Pequena Sereia , A Bela e A Fera , O Rei Leão , Pocahontas ...)

Os estúdios Disney foram os primeiros a incorporar com sucesso sons, cores e efeitos em seus filmes. Muitos outros estúdios começaram a imitar o estilo e a criarem os próprios como a Warner Bros. e a United Productions of America (UPA). Esta última, em especial, desafiou o realismo "certinho" dos filmes de Disney, incutindo contextos sociais e técnicas de vanguarda em seus trabalhos. Dois dos melhores e mais famosos filmes produzidos pelo estúdio foram Gerald McBoing-Boing , de Bobe Cannon, e Mr. Magoo , de John Hubley, ambos reconhecidos pela Academia com o Oscar. 
 
Em 1929, a Warner Bros. iniciou seus trabalhos de animação, depois de ter lançado o primeiro longa sonoro da história cinematográfica. Sua primeira produção Sinkin' in The Bathtub (1930) trazia a dupla Bosko e Doçura, criada pelos animadores Rudolph Ising e Hugh Harman, que chegaram a trabalhar com Disney em Kansas. Uma das grandes sacadas do estúdio foi ter transportado a comédia feita durante o cinema mudo para o desenho animado. 
 
O produtor Leon Schlesinger, especialista em cartazes para os filmes mudos e, na época, chefe da Pacific Art, não perdeu tempo para investir neste novo nicho do mercado de animação. Fez, então, um acordo com os irmãos Warner (Harry, Jack, Sam e Albert) que ficaram responsáveis pela sonorização e distribuição dos desenhos. Com orçamentos bem mais modestos do que os estúdios Disney, a Warner Bros. deu iniciou às séries Looney Tunes , Merrie Melodies e That's All Folks, que se tornaram muito populares - décadas depois, Steven Spielberg usaria a canção do curta Smile, Darn Ya, Smile (1931) em Uma Cilada Para Roger Rabbit (1988).

Com a evolução da animação, eram comuns discussões entre os animadores e chefões dos estúdios - os primeiros queriam melhorar a qualidade técnica, introduzindo cores a suas criações; os segundos, baixos orçamentos. Um desses desentendimentos causou a saída de Hugh Harman e Rudolph Ising da Pacific Art. A dupla foi trabalhar na Metro Goldwin Mayer (MGM), levando seus personagens e criando novos até 1938. 
 
O fato deu oportunidade a Friz Freleng - que sabia combinar música e animação como ninguém - dirigir cerca de 266 curtas para a Warner Bros., colaborando para a produção de bons desenhos. Dentre eles estavam os cachorros Ham e Ex , os gatos Little Kitty e Beans , a coruja Oliver Owl , a tartaruga Tommy Turtle e o porquinho Gaguinho - este último foi o único remanescente da época. Partiu-se, então, para uma nova fase e, de 1935 a 1940, foram criados Patolino (1937) e Pernalonga (1940).

Fugindo da crise econômica do pós-Depressão, o jovem William Hanna, procedente do Novo México, foi para o oeste americano, atraído pela crescente indústria do cinema. Foi quando soube da recém-criada companhia de animação chamada Harman-Ising Studios, financiada pelo proprietário da Pacific, Leon Schlesinger, e dirigida por dois jovens e talentosos artistas, Hugh Harman e Rudolf Ising. Em 1931, Hanna trabalhou na lavagem de películas e, um ano depois, já era chefe do departamento de desenho e pintura, ganhando US$ 37,50 por semana - uma quantia considerável em plena depressão econômica. 
 
Hanna, Harman e Ising deram continuidade às séries Looney Tunes e Merrie Melodies . A eles, uniu-se o animador Carl Barks, que mais tarde contribuiu para os primeiros desenhos de Tom e Jerry (MGM). Entre as criações da equipe estão o Urso Barney que muitos diziam ser o próprio Ising, por seu estilo robusto, corpulento e mal talhado. 
 
Com o rompimento definitivo com Leon Schlesinger, eles levaram um de seus melhores animadores, Isadore "Friz" Freleng, assinaram um contrato com a MGM e produziram, ao longo de quatro anos, desenhos memoráveis como Honeyland , The Old Mill Pond , Playful Pups e Ode To Spring .

Em 1937, a MGM decidiu montar o próprio estúdio e chamou Fred Quimby para organizar o departamento de animação. Como não sabia nada sobre o assunto - apenas sabia fazer dinheiro - ele contratou muitos da Harman-Ising, inclusive Freleng e Hanna. Outros animadores talentosos de Nova York juntaram-se a eles e nessa leva estava Joseph Barbera. Mas os desentendimentos prosseguiram, as ideias divergiam de todas as maneiras e muitos voltaram para Nova York. Freleng retornou para a Warner, onde permaneceu até 1963, criando personagens inesquecíveis como Piu-Piu (1947) e acumulando quatro Oscars em sua carreira. 
 
A MGM, desesperada, voltou a contratar a Harman-Ising para salvar seu departamento de animação, depois do fracasso de The Captain and the Kid's e o abandono de seus principais animadores. 
 
Apesar da atmosfera ainda estar longe de ser pacífica, Harman conseguiu criar filmes de conteúdo mais sofisticado, como Peace on Earth (1939), indicado para o Oscar e citado pelo Nobel da Paz e refeito pela dupla Hanna e Barbera, em 1955, sob o título Good Will to Men . Ising continuou a produzir desenhos do Urso Barney e conseguiu um feito até então inédito: tirou um Oscar da Disney pela primeira vez em sete anos com The Milky Way (1949).

A dupla Hanna-Barbera logo começou a produzir os próprios filmes. O primeiro Puss Gets The Boot deu o pontapé inicial para o sucesso, com a primeira indicação ao Oscar e o aparecimento de dois de seus mais famosos personagens: Tom e Jerry . Ambos trabalharam juntos por mais de 15 anos, desenvolvendo com exclusividade para a MGM a série do gato e do rato (foram sete Oscars). 
 
Em 1957, a MGM encerrou suas atividades de animação e a dupla ficou desempregada. Mas eles não se deixaram abater e viram a salvação na televisão, onde tiveram notoriedade ao desenvolverem a indústria do entretenimento familiar. Assim, criaram o próprio estúdio e personagens como Jambo e Ruivão , Huckleberry Hound (vencedor do prêmio Emmy), Zé Colméia , The Jatsons , Wacki Races , Jonny Quest , Scooby-Doo e os pré-históricos Os Flintstones . Em 1996, o estúdio Hanna-Barbera foi comprado pela Warner Bros. que criou mais de dois mil personagens e três mil filmes de animação para televisão com duração de meia hora.

A invenção da televisão trouxe uma cara nova aos desenhos na década de 60, com textos mais inteligentes e representação gráfica simples, o que facilitava sua elaboração. Criada por Charles Schulz, a turma do Snoopy , por exemplo, chegou a estrelar comerciais de automóveis na telinha americana. 
 
Já no início da década de 70 houve um súbito crescimento dos longametragens em desenho animado, além daqueles elaborados por Disney. Entre eles, Astérix , de Uderzo e Goscinny, produzido simultaneamente na Bélgica e na França; Fritz the Cat , de Robert Crumb, animado por Steve Krantz e Ralph Bakshy que, anos mais tarde, produziu American Pop, feito nos EUA; e outros realizados inclusive no Japão.

Personagens nem tão politicamente corretos quanto os da Disney surgiram nos anos 30 e 40. Um dos estúdios mais produtivos nesse sentido foi o The Fleischer Studio que, além de dar ritmo aos desenhos, queria realmente inovar e não ficar imitando aquilo que Disney já fazia. Foi daí que surgiu, em contraposição à virginal Branca de Neve, a sensual Betty Boop , com suas caras e bocas e vestidinho curto, criada pelo alemão Max Fleischer. Foram mais de cem desenhos que deram o que falar - Betty Boop chegou a ser censurada por sua sensualidade. 
 
Depois vieram o marinheiro valentão Popeye , sua companheira estridente Olívia Palito e o arquiinimigo Brutus e, seguindo essa linha de super-heróis, Superman (1941), inaugurando uma galeria de seres com poderes fantásticos. Outros que marcaram a história da animação por seu caráter duvidoso foram Pica-Pau (1940), de Walter Lantz, A Pantera Cor-de-Rosa (1969), de Fritz Freleng, e, mais recentemente, Os Simpsons (1989), de Matt Groening, com seu retrato escrachado da família americana.

Em 1941, o Canadá começou a desenvolver sua indústria de animação, totalmente diferente do caminho seguido pelos americanos. No país, a National Film Board (NFB), a agência governamental, permitiu a exploração dos mais diversos temas e técnicas pela animação, que podia ser educacional, de entretenimento ou puramente artística. Celulóides, areia, óleo em vidro, pincel e outros métodos foram amplamente utilizados pelos animadores canadenses que não tinham limites em sua capacidade criativa, encorajados por Norman McLaren. 
 
McLaren tornou-se o mais conhecido produtor, pesquisador e explorador de novas técnicas gráficas. Um de seus experimentos, em 1951, influenciou a produção de Yellow Submarine para os Beatles, em 1968.

Aliás, Toy Story , produzido em 1995 por Walt Disney e Pixar Animation Studios, foi o primeiro longa-metragem realizado inteiramente por computador, que rendeu a bagatela de US$ 320 milhões no mundo. Depois dele, vieram Formiguinhaz (Dreamworks) e Vida de Inseto (Disney/ Pixar). 
 
Uma exceção à era digital da animação foi o divertido A Fuga das Galinhas (2000), de Nick Park (o mesmo de Wallace e Gromit ) e Peter Lord, produzido no mais tradicional sistema stop motion (quadro a quadro), com bonecos de massinha.

E a rivalidade entre a Dreamworks (o poderoso estúdio de Steven Spielberg) e a Disney/ Pixar tornou-se ainda mais acirrada desde a primeira premiação do Melhor Longa de Animação pela Academia, em 2002, em que Shrek derrotou Monstros S.A. , ambos trazendo o que havia de mais inovador em matéria de animação. Mas, em 2004, foi a vez da Disney/ Pixar finalmente levar sua merecida estatueta por Procurando Nemo . De lá para cá a bem-sucedida parceria entre os dois estúdios tem rendido bilhões e longas animados cheios de emoção, bons roteiros e técnicas inovadoras - Wall-E , Carros e Ratatouille são alguns deles.

O Brasil também não poderia ficar atrás. Nosso primeiro filme de animação, feito em computador, é Cassiopéia (1996), do paulistano Clóvis Vieira. A produção ficou orçada em torno de US$ 1,5 milhão e demorou quatro anos para ficar pronta. A trama é simples e ingênua e conta a história de um grupo de robôs e sua luta para defender seu planeta de um malfeitor. 
 
Outra animação nacional que merece destaque é O Grilo Feliz (2001), do premiado publicitário Walbercy Ribas. A produção da Start Desenhos Animados, de US$ 3 milhões, conta a história de um grilo que compõe músicas, dá lições de cidadania para seus amigos insetos e, de quebra, arranja um tempinho para defender a floresta onde vive.   O filme foi tão bem que o personagem ganhou outra aventura em 2008, em O   Grilo Feliz e os Insetos Gigantes.

E, claro, não podemos esquecer do nosso "Walt Disney". O paulista Maurício de Sousa, inspirado pelas HQs de Mandrake e Fantasma - de quem era fã na infância - criou seu primeiro personagem ainda nos tempos de escola em Mogi das Cruzes: Capitão Picolé. Aos 19 anos, veio para São Paulo tentar a sorte com três personagens no bolso: Bidu, Cebolinha e Piteco, que se tornaram um sucesso nas tiras dos jornais. 
 
Foi assim que, na década de 60, surgiu a Turma da Mônica, com personagens inspirados em pessoas conhecidas do cartunista, consagrada nas histórias em quadrinhos. 
 
Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali, Bidu, Chico Bento também se aventuraram na telona. De 1983 a 1988, os Estúdios Maurício de Sousa produziram oito longas com a turminha se metendo nas mais diversas confusões: As Aventuras da Turma da Mônica , A Princesa e o Robô , Chico Bento, Oia a Onça e Otros Causo! , Mônica e a Sereia do Rio , As Novas Aventuras da Turma da Mônica , Turma da Mônica - Bicho-Papão e Outras Histórias , Turma da Mônica e a Estrelinha Mágica , A Turma da Mônica -   Uma Aventura no   Tempo e Cine Gibi - O   Filme, com a Turma da Mônica . E a produção continua...

Cineclick

História da Animação

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