<p>N&#xE3;o pode cruzar com gato preto, mas filmes ruins tamb&#xE9;m s&#xE3;o contra-indicados</p>

Pé de pato, crucifixo, água benta, dentes de alho... vale tudo para driblar as lendas do Dia das Bruxas. Pior que passar por debaixo de uma escada, ou entrar de guarda-chuva numa padaria, é encarar a sessão de um filme medonho, daqueles em que o terror está em todos os aspectos possíveis, muito mais do que na história. Por isso montamos mais uma galeria que serve como anti-guia. Melhor evitar tais obras, para não perder horas importantes de sua vida. (Por Sérgio Alpendre)

Um dos filmes mais ridículos a ter surgido nos últimos tempos foi Imagens do Além , refilmagem do tailandês Espíritos - A Morte Está ao Seu Lado . Quem viu o original não vai mais se assustar tão facilmente. Quem não viu, vai ficar com a impressão que o original já era ruim, de tão medonho que é este remake. Se o além for tão pouco imaginativo assim, melhor se contentar com nossa vida terrena mesmo, e tratar de vivê-la com mais intensidade.

Antes da refilmagem elogiada de Marcus Nispel e de algumas continuações risíveis, Tobe Hooper, mesmo diretor do filme inaugural, assinou este descabido O Massacre da Serra Elétrica 2 , em que Dennis Hopper (não confunda, este é com dois "pês") sacia seu desejo de participar de coisas ruins e Hooper (com dois "os") cai de vez no descrédito absoluto entre os fãs do gênero.

E o que dizer do inenarrável The House of the Dead do pugilista profissional e dublê de cineasta Uwe Boll (INTERROGAÇÃO). A petição que circula na internet para que ele abandone o cinema logo chega às 300 mil assinaturas. Talvez seus filmes sirvam mais como comédias involuntárias. Mas aí é melhor assistir a qualquer filme do Jerry Lewis.

A Bruxa de Blair tem seus fãs ardorosos, que costumam sair de suas casas com chamas de fogo para queimar os incautos que ousaram falar mal desta obra de arte. Convenhamos, o filme é muito barulho por nada. Na época ainda provocava algum medinho, talvez por sua proposta diferenciada. Hoje, depois de centenas de imitadores que se saíram melhor, a novidade já cheira a meia usada.

A "menina de ouro" do velho e bom Clint Eastwood, Hilary Swank, bem que tenta enganar como a ex-missionária cristã que virou perseguidora de charlatões, mas que acaba acreditando novamente que existe algo mais entre o Céu e a Terra. Mas fica difícil salvar A Colheita do Mal da mediocridade. Afundando-se em clichês, o competente Stephen Hopkins mete os pés pelas mãos nessa história sobrenatural com intermináveis 110 minutos.

O primeiro A Profecia é inesquecível. O segundo já tem um gostinho de coisa requentada, mas ainda passa, o terceiro, A Profecia - O Conflito Final , realizado em 1981 por Graham Baker, com Sam Neill no papel do filho crescido do tinhoso, é uma das coisas mais previsíveis e chatas já cometidas dentro do gênero terror. Melhor ficar com a interessante refilmagem do primeiro filme. E pensar que ainda existe um quarto episódio, que parece ter sido ignorado pelos mortais.

Grandes diretores também pisam em areia movediça de vez em quando. Foi o que aconteceu com Richard Fleischer ( 20.000 Léguas Submarinas ) quando resolveu se meter com Amityville 3, O Demônio , em 1983. É uma pena ver tamanho talento realizando cenas ridículas, que nem conseguem assustar. O palhaço Bozo mete mais medo

Kenneth Branagh ( Henrique V ), outro diretor de prestígio, famoso por suas adaptações de Shakespeare, resolveu homenagear uma de suas escritoras preferidas, realizando Frankenstein de Mary Shelley , um equívoco de proporções homéricas, que desperdiça o talento de Robert DeNiro para personagens monstruosos.

Aproveitando que a onda desta galeria é também apontar mancadas de bons diretores, vale colocar Lobo , de Mike Nichols ( Jogos do Poder ), em que Jack Nicholson faz um lobisomem que não mete muito medo. Pudera, o ator já estava se especializando num tipo mais bonachão, e o espectador que se lembrava das caretas dele nas entregas do Oscar não ia se assustar com um homem que é mordido por um lobo e começa a ter os sentidos animais mais aguçados. Nichols trabalha mais numa chave irônica, que não convence.

Depois que Herschell Gordon Lewis, diretor de filmes mais baratos que uma caninha, foi citado em Juno , muitos se esqueceram de sua ruindade e começaram a cultuá-lo de forma um tanto irresponsável. Talvez The Wizard of Gore seja o exemplo mais acabado de sua capacidade em fazer coisas grotescas. Fuja, a não ser que você tenha uma quedinha pelo lado mais abobalhado do ser humano.

Não poderia faltar a série mais conhecida a mexer com o estigma deste dia fatídico. De todos os filhotes do Sexta-feira 13 original dirigido por Sean S. Cunningham (cujo único mérito é ter feito escola), o pior talvez seja o terceiro episódio, dirigido por Steve Miner, e intitulado simplesmente Sexta-feira 13 - Parte 3 . Tudo porque essa continuação não tem o menor senso de ridículo. Depois de um quarto episódio que prometia ser o último, Jason, o assassino mascarado, ressuscita, e aí a coisa começa a ficar um pouco mais interessante, pela coragem de assumir o caráter caça-níqueis da série.

Cineclick

Piores filmes de terror

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12