Os bastidores de 'Hereditári'o foram mais assustadores do que o próprio filme; saiba mais
Hereditário, filme de estreia do cineasta Ari Aster, chegou aos cinemas com o pé direito tornando-se um dos maiores sucessos atuais do gênero do terror.
Com uma trama misteriosa e psicologicamente apavorante, a atração estrelada por Toni Collette, Alex Wolff e Milly Shapiro ganhou o coração do público com uma história familiar dominada por elementos fundamentais que constituem em um bom filme de terror. Prova disso é que a produção lançada em 2018 rendeu US$ 79 milhões de dólares nas bilheterias mundiais e colocou Aster como um dos melhores diretores contemporâneos.
Mas se você acha que o sucesso veio fácil, se engana! Nos bastidores de Hereditário, muitos acontecimentos delicados envolveram os atores e a equipe, incluindo machucados, sustos e até sessões posteriores de terapia!
Confira:
A atriz Milly Shapiro tentou levar a cabeça decepada para casa
Uma das cenas mais impactantes de Hereditário é, sem dúvidas, aquela em que Charlie, personagem da atriz Milly Shapiro, tem a cabeça decepada em um poste. O molde de seu rosto feito exclusivamente para o longa tornou-se quase um troféu pelo sucesso da produção, tanto que a jovem realmente tentou levar a cabeça de mentira para casa.
"Eu realmente queria tanto minha cabeça, tê-la, exibi-la e assustar as pessoas com ela. Eu mencionei algumas vezes. Halloween é meu feriado favorito e há tantas coisas legais que eu poderia fazer com ela", disse a atriz em uma entrevista após o lançamento.
O ator Alex Wolff ficou tão desgastado emocionalmente que fez terapia após as filmagens
As torturas enfrentadas pelos personagens do filme são realmente apavorantes e exigiram muito dos atores em questão. Alex Wolff, o Peter, parece ter sofrido ainda mais com a exaustão física e emocional que seu personagem passa. A fim de se aprofundar na história, o jovem ator usou uma técnica que consistia viver como Peter por todos os três meses de filmagem. No entanto, o desfecho do personagem no filme foi tão desgastante que Wolff recorreu à terapia pouco tempo depois pois assumiu uma postura autodestrutiva.
"Era quase como se eu tentasse encontrar as coisas que me machucariam, mas emocionalmente ou algo assim. Eu tive que enganar meu cérebro", revelou ele em entrevista ao site Vulture.
Ari Aster canalizou seus piores medos no roteiro do filme
É inegável que o longa é um dos mais assustadores dos últimos tempos e desperta em algumas pessoas os piores medos! Não a toa, já que o roteirista e diretor Ari Aster trouxe à trama os seus piores pesadelos para criar o universo traumático do filme. Mas os medos de Aster não são exatamente rituais satânicos ou espíritos malignos, mas sim machucar alguém que ama e viver eternamente com essa culpa.
"Quando estava escrevendo o roteiro, pensei: “O que me assusta? E todos os meus piores pesadelos giram em torno prejudicar alguém que está perto de mim. Ou então alguém que eu amo mudar de alguma forma, me deixar ou então morrer. Eu queria fazer um filme que explorasse esses medos que não têm remédio", contou o cineasta.
O símbolo mostrado em todo o filme é o selo real de Paimon
A trama apavorante de um filme realmente se torna ainda mais assustadora quando algo nela é baseado na nossa realidade. Em Hereditário, por exemplo, o símbolo que persegue grande parte das cenas é o selo REAL do Paimon, demônio que existe na prática do Ocultismo e que é chamado de "Rei do Inferno" ou "o braço direito de Lúcifer". No longa, o símbolo aparece desenhado acima do corpo de Ellen (Kathleen Chalfant) no sótão, esculpido no poste que mata Charlie, como um pingente de colar e em diversas outras cenas. Que medo!
Havia sangue de verdade quando Alex Wolff bate a cabeça na mesa
A impactante cena em que o ator Alex Wolff bate a cabeça contra a mesa durante a aula mostra todo o preparo e aprofundamento do jovem no personagem. Nas imagens, ele recusou o uso de dublês e realmente bateu sua cabeça contra o objeto a sua frente. No entanto, o momento foi tão intenso nas filmagens que Wolff acabou sangrando de verdade!
“Eu tive que fazer com que o sangue saísse perfeitamente do meu nariz. Me entreguei e lembro que depois eu estava ofegante, minha voz sumiu, sangue estava escorrendo por toda parte. Tinha sangue jorrando pelo meu joelho porque eu bati contra a cadeira na cena em que me afasto”, contou ele ao The Wrap.
Ari Aster usou textos reais de ocultismo e planejou todas as cenas
Para a criação do roteiro do longa, Ari Aster contou que leu diversos textos reais sobre as práticos do ocultismo e que chegou até a parar de ler depois se assustar com alguns deles. "Eu fiz muitas pesquisas, especialmente sobre bruxaria, como alguém pode lançar um feitiço e como conduzir um desses rituais. Foi muito perturbador para mim e tive que me afastar dele assim que consegui o que precisava", revelou.
O cineasta também planejou meticulosamente todas as 156 cenas do filme! Por seis meses, ele foi alimentando uma lista de filmagens que continha todos os detalhes que deveriam ter em cena. Por três semanas, ele preparou Pawel Porozelski, o diretor de fotografia, e Grace Yun, designer de produção, para que nada saísse fora do planejado. O resultado foi um roteiro coerente e cenas totalmente assustadoras na medida certa!
Milly Shapiro saiu machucada da cena da morte de Charlie
A cena em questão é realmente muito assustadora, e foi pior ainda para Milly Shapiro nas filmagens. Ela foi gravada de duas maneiras diferentes: tinha um carro estacionado no estúdio e outro veículo em movimento, em cerca de 30 km/h. Shapiro foi amarrada ao carro e dentro dele alguém segurava sua roupa para garantir que ela não caísse da janela. Porém, a atriz acabou saindo do set com diversos machucados.
“Foi um pouco difícil porque acabei ficando com um monte de hematomas. Só não percebi por causa da adrenalina. Eu estava me batendo no carro e também não tinha ideia do que estava acontecendo. Eu tive vários arranhões no pescoço", contou ela.
A atriz Toni Collette deu o grito final da personagem em apenas uma tomada
A "rainha dos gritos" definitivamente mostra ao que veio. Em Hereditário, Toni Collette desenvolve uma das personagens mais assustadoras de sua carreira. A cena em Annie dá um grito apavorante enquanto seu marido Steve pega fogo no meio da sala foi gravada em apenas uma tomada e, apesar de metódico, Aster realmente gostou da cena e não pediu para alterá-la.
"Foi a última cena, por volta das duas da manhã, e fizemos uma única vez. Conversamos muito e ele tinha tantas ideias, pesquisas e antecedentes... mas nunca tínhamos conversado sobre o momento, como deveria ser e como pareceria", contou Collette.