6 pessoas anônimas que viraram lendas no cinema
Quando uma história chega às telonas do cinema, é fato que ela será comentada em todos os lugares possíveis. E se essas produções se tornarem grandes sucessos de crítica e público, nunca mais sairão do imaginário popular.
Mas já parou para pensar que muitos filmes baseados em histórias reais trazem acontecimentos da vida de pessoas que antes eram anônimas? Por exemplo, Erin Brockovich era uma mãe solteira com um emprego normal. No entanto, após ser interpretada por Julia Roberts nos cinemas, seu nome se tornou conhecido no mundo inteiro.
Pensando nisso, reunimos seis pessoais anônimas que levavam uma vida normal e, de repente, viraram lendas do cinema.
Confira:
Herman Boone em Duelo de Titãs
O filme de sucesso foi lançado em 2000 e traz o ator Denzel Washington como Herman Boone. A trama ambientada nos anos 70 acompanha a história real de um treinador negro que passou a treinar um time de futebol americano após a justiça determinar a integração de alunos negros e brancos. Boone não é bem recebido pelos jovens, assim como outros alunos negros que sofrem com o preconceito racial.
Embora o longa tenha aumentado alguns fatos para criar dramaticidade nos cinemas, Boone revelou que este foi um ótimo trabalho sobre sua história. "Lutamos muito para fazer isso porque essa era a minha vida. Minha vida girava em torno do respeito. Duelo de Titãs não tem a ver com futebol. É sobre como alguns jovens excepcionais superaram seu medo do desconhecido, que é o que hoje chamamos de diversidade", disse ele em entrevista ao site The Oklahoman, em 2005.
Paul Rusesabagina em Hotel Ruanda
Se você assistiu ao filme Hotel Ruanda, de 2004, sabe que o longa conta a emocionante história de Paul Rusesabagina, gerente de hotel que abrigou milhares de refugiados durante sua luta contra a milícia Hutu, na Ruanda. Segundo estimativas da época, ele foi o grande responsável por salvar cerca de 1.200 pessoas quando uma guerra civil brutal estourou no país em 1994. Na trama, ele foi interpretado pelo ator Don Cheadle.
O ex-gerente do hotel contou em entrevista ao IGN que se sentiu orgulhoso em ver sua história nos cinemas e que fez parte da produção do longa. "Ficamos juntos por quase uma semana. Quando o filme estreou, vi que Cheadle agiu com minhas maneiras, meu comportamento, meu jeito de me vestir, para saber quem eu realmente era. O desempenho dele é perfeito. Ele fez direito, às vezes do jeito de Hollywood, mas simplesmente perfeito", revelou.
Erin Brockovich em Erin Brockovich: Uma Mulher de Talento
No drama lançado em 2000, a atriz Julia Roberts interpretou Erin Brockovich, uma mãe solteira que, após arrumar um emprego em um escritório de advocacia nos anos 90, descobriu que uma empresa estava contaminando as águas de uma pequena cidade com produtos químicos e fazendo com que os moradores desenvolvessem câncer. Ela então embarca em uma investigação para salvar as pessoas.
Segundo a própria Brockovich revelou em seu blog, ela acredita que 98% do filme foi preciso sobre a história, mas que sua principal preocupação era sobre como o povo da comunidade de Hinkley seria retratado. Além disso, em uma entrevista para a Vulture, em 2020, ela admitiu que teve dificuldade em aceitar a ideia de que o filme foi um grande sucesso.
Frank Serpico em Serpico
O filme Serpico, de 1973, conta a história de Frank Serpico, um jovem que realizou um sonho ao se tornar policial em Nova York. No entanto, ele se decepcionou quando percebeu que muitos colegas de profissão são desonestos, e decidindo manter-se fiel aos seus princípios, acabou depondo contra policiais envolvidos em um esquema de corrupção.
Embora tenha ficado feliz em ser interpretado pelo ator Al Pacino, Serpico revelou que discutiu com o diretor Sidney Lumet nos bastidores do longa após ver a gravação de uma cena específica que não aconteceu na vida real. O momento mostrava um policial arrastando um homem até o banheiro por atrasar o pagamento de propina. "Lumet estava dirigindo e eu disse corta", disse ele. " A cena voltou e os dois homens continuaram a discutir, então eu peguei minhas coisas e saí. Essa foi a última vez que o vi", disse ele em entrevista ao WNYC em 2011.
Christopher Gardner em À Procura da Felicidade
Christopher Gardner viu sua história ir às telonas com o drama À Procura da Felicidade, filme estrelado por Will Smith em 2006. No longa, um vendedor se separa da esposa e passa a cuidar sozinho do filho de cinco anos. Após conseguir um estágio não remunerado em uma importante corretora de seguro, sua vida financeira desmorona e eles acabam despejados, tendo de dormir em abrigos pela cidade.
O verdadeiro Garner revelou que no início não curtiu muito a ideia de Smith assumir o papel no filme sobre sua vida. "Sempre pensei em Will como o grande astro do cinema de ficção científica.. Porém, minha filha disse: 'Se ele pode interpretar Muhammad Ali, ele pode interpretar você!'” Foi então que Gardner, que atuou como produtor executivo e fez uma pontinha no filme, passou a trabalhar com o ator nos bastidores para ajudá-lo no personagem.
John Laroche em Adaptação
Em Adaptação, filme de 2002, acompanhamos a história de John Laroche, um roteirista que se tornou fornecedor de plantas e passou a clonar orquídeas raras e vendê-las a colecionadores. Além das dificuldades do trabalho, ele ainda precisa lidar com a baixa autoestima e com seu irmão gêmeo que sonha em também ser um roteirista.
O filme dirigido por Spike Jonze e estrelado por Chris Cooper e Nicolas Cage, no entanto, não agradou nem um pouco Laroche. "Durante o filme eu fui odiado. Telefonemas, ameaças de morte, pessoas ligando ou batendo na minha porta exigindo como fazer drogas com as orquídeas clonadas..." revelou ele em entrevista ao The Real Orchidthief. Anos após o lançamento, ele precisou mudar seu nome para John Stafford e se tornou um programador de computador.