Os filmes de Tim Burton ranqueados

O filme é baseado na vida da pintora Margaret Keane. Conhecida pelas pinturas de crianças com olhos grandes, ela enfrentou o marido na justiça, já que ele afirmava ser o autor das obras. O longa não fez tanto sucesso nas bilheterias, mas é um bom drama para assistir.

O filme com a cara de Tim Burton não fez lá seu sucesso nas bilheterias mundiais, mas agradou quem o viu. No filme descobrimos uma fenda temporal onde leva o jovem Jack encontrar uma senhora que mora em ruinas.

A releitura do clássico da Disney, infelizmente não deu muito certo. Dumbo mudou algumas estruturas da história e isso causou uma grande decepção para os fãs do elefante voador maltratado pelo circo.

A versão da saga feita em 2001 por Burton certamente impressiona pela caracterização, efeitos e cenário, algo que é especialidade do criativo diretor. Muitos fãs se desagradaram com algumas mudanças feitas na franquia dos símios, já que esse filme cria uma linha de tempo completamente nova e apenas alguns detalhes lembram o clássico de 72, mas seu grande problema está no roteiro, que teve seu brilho ofuscado pelo visual. Um tanto mais superficial, o longa de Tim não foca tanto nos debates sociais e políticos. Ainda assim, vale pela nostalgia.

O filme deve agradar muito quem é fã do diretor e sua estética, porque isso é o que há de mais consistente nele.  A versão do conto de Lewis Carroll feita por Burton sofre da mesma "fadiga" de seus filmes recentes: Além do elenco batido, com a dupla  Helena Bonham Carter  e Johnny Depp  dando as caras mais uma vez, o roteiro deixou para trás muito da poesia da obra original e da versão animada da Disney, provando que às vezes menos é mais.

Burton falhou em decidir qual tom que queria na trama: Comédia infantil, humor sarcástico, drama? Qual seria o público da adaptação? O cineasta fez uma mistureba de elementos que torna difícil ao espectador entender sua essência. Além disso, o filme sofre de extremos. Algumas vezes nos presenteia com um humor afiado e inteligente, já em outras nos desanima com momentos monótonos.

O filme foi um fracasso de bilheteria nos EUA, apesar do elenco de peso. Entretanto, isso não significa que ele seja um completo desastre. Algumas pessoas levam a comédia de 96 mais a sério do que o próprio Tim Burton . Sua intenção de crítica social da cultura americana talvez nem fosse tão afiada quanto acreditam, mas não há como negar que ele soube brincar muito bem com os esteriótipos do país. Em Marte Ataca!, Burton fez o filme que quis fazer sem se preocupar muito com os críticos ou com faturamento.

É impossível fugir das comparações entre Gene Wilder  e Johnny Depp  no papel de Willy Wonka, mas temos que adimitir que a primeira versão da adaptação é muito mais sarcástica e assustadora - principalmente para um filme infantil - do que a de Burton, que contou com um tom mais amigável aos "baixinhos", com a boa e velha moral da história em seu desfecho. Entretanto, as cores psicodélicas e as engenhocas, que fizeram do longa original um clássico, permaneceram encantadoras também nesse.

Esse é antigo. A clássica história de João e Maria, apresentada com atores nipo-americanos e sob o olhar do até então iniciante diretor Tim Burton. O cineasta já mostrava seu potencial desde do primeiro momento que apareceu.

O stop-motion é uma fábula musical adulta e conta com um excelente trabalho de dublagem de Depp e Bonham Carter. Burton consegue trabalhar de forma precisa o tom macabro ao mesmo tempo em que consegue manter o molde de uma fábula infantil.

Muitas das características dos trabalhos de Burton se encontram nesse filme e são facilmente identificáveis: As cores marcantes, as engenhocas, a ode ao mundo infantil. O primeiro longa-metragem do diretor é um divertido e despretensioso programa para uma sessão pipoca.

Nem os extensos monólogos impediram o filme de ser cativante. Burton consegue construir de forma ímpar a atmosfera pesada e sombria da trama. Desde o visual, passando pela trilha e as atuações, tudo no longa é grandioso.

Obscuro e sensível, estas são as principais características da animação. O filme foi baseado em um curta-metragem rejeitado pela Disney devido ao conteúdo pesado - com a morte de um cachorro - mas foi exatamente dessa fonte melancólica que o cineasta bebeu. Além disso, o visual do longa faz uma bela homenagem às películas de terror dos anos 1930.

Burton conseguiu transpor de maneira meticulosa o universo dos quadrinhos do herói, além de nos presentear com um dos mais icônicos Coringas da história da franquia, interpretado por Jack Nicholson . Nesse longa, toda a angústia e os dilemas internos do Homem-Morcego são demonstrados de forma vísceral, graças a atuação de Michael Keaton . O cineasta foi o percursor do lado mais dark do personagem no cinema.

Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco Da Rua Fleet  - O filme é um daqueles que você assiste e mal percebe o tempo passar. A interpretação de Depp na pele do Vingativo barbeiro é afiada (literalmente) e a composição de uma era vitoriana "gótica", sempre cinza e densa, assim como a vida dos personagens, fazem da película uma das melhores da carreira do diretor.

Aqui vimos Burton em seu melhor. O filme consegue mesclar comédia, terror e fantasia, além de contar com a performance psicótica de Michael Keaton  como Besouro Suco. O figurino, a maquiagem, o enredo, tudo é um acerto nesse clássico inesquecível, principalmente para quem cresceu com a Sessão da Tarde.

Se no primeiro filme conhecemos o lado mais profundo do herói, na sequência de 92 a grande estrela foram os vilões bem construídos, como Pinguim e Mulher Gato. O visual esplendoroso ainda estava presente, mas o verdadeiro foco recaía nos dilemas do detetive da noite sobre ser ou não uma pessoa "do bem".

As narrativas sobre circos gigantes, cidades perdidas, bruxas visionárias contadas por Ed fazem o espectador reviver suas maiores fantasias de infância. Aqui, a direção de Burton esta visivelmente mais madura. O filme tem seus momentos de excentrismo, mas sem tirar os pés do chão.

A primeira colaboração do cineasta com Johnny Depp  é uma verdadeira fábula moderna capaz de despertar a mais profunda empatia no espectador. O contraste entre a aparência "mostruosa" de Edward e sua personalidade genuína e bondosa acabam por resumir todo o espírito do filme. Uma alegoria sobre preconceito, falsas aparências e principalmente sobre a legitimidade da justiça com as próprias mãos.

Abusando da narrativa metalinguística, Burton consegue captar todo o espírito inquietante e estranho do cineasta novaiorquino Edward D. Wood. O enredo mostra que Hollywood nem sempre é feita de sonhos e explora um lado mais sujo e pesado da Terra das Estrelas. A fotografia "antiga" é outro ponto positivo do longa. Digno de primeiro lugar!