Consciência Negra: o que você precisa saber sobre o cinema negro
Hoje, 20 de novembro, é o Dia da Consciência Negra, data voltada para a reflexão sobre o combate ao racismo, que também reacende o debate sobre a escravidão no Brasil, além de ser a data da morte de Zumbi dos Palmares, um dos maiores líderes quilombolas do país.
Nos cinemas, o racismo é um assunto abordado há décadas com filmes que reacendem a discussão e questionam a posição do negro na sociedade. Alguns também usam sua linguagem para explicar a origem de movimentos como Black Lives Matter e a luta de ativistas da causa como Martin Luther King, Malcolm X e Harriet Tubman.
O início do cinema negro e seus pioneiros
No Brasil, foi durante a ditadura militar, em 1964, que o Cinema Novo trouxe um olhar crítico e diferente ao mercado cinematográfico brasileiro. Esse, que é dos maiores movimentos da história do país, foi inspirado no movimento francês Nouvelle Vague, surgindo como uma resposta afrontosa ao cinema tradicional dos anos 50, que trazia às bilheterias brasileiras histórias do estilo hollywoodiano muitas vezes financiadas por produtoras estrangeiras.
O Cinema Novo trouxe como principal abordagem as críticas às condições raciais e sociais das classes populares. Glauber Rocha e Cacá Diegues, dois dos mais conhecidos pioneiros do movimento, trouxeram frescor ao abordar histórias e cultura afro-brasileiras para a indústria, com produções como Barravento e Xica Da Silva que são até hoje citados como grandes expoentes do movimento.
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Filmes que trouxeram representatividade negra aos cinemas
Relembre alguns filmes que mostram diferentes abordagens sobre a figura do negro no cinema:
Dirigida por Ava DuVernay, a cinebiografia do pastor protestante e ativista social Martin Luther King Jr., vivido por David Oyelowo, acompanha as marchas realizadas por ele e manifestantes pacifistas em 1965, entre a cidade de Selma, no estado do Alabama, até a capital Montgomery. O grupo marchava em busca de direitos eleitorais igualitários para a comunidade afro-americana.
Dirigido por Kasi Lemmons, o longa é baseado na história de Harriet Tubman, mulher que lutou não apenas pela própria liberdade da escravidão, mas também auxiliou dezenas de escravos a se libertarem através das rotas da Underground Railroad, durante a Guerra Civil americana. O longa é estrelado por Cynthia Erivo, que foi indicada à categoria de Melhor Atriz no Oscar 2020.
Já em seu primeiro longa, o cineasta brasileiro Glauber Rocha apresentou elementos que viriam a marcar seus filmes. Este de 1961 se passa em uma comunidade de ex-excravos formada por pescadores explorados. Firmino, vivido impecavelmente por Antônio Pitanga, era um deles, mas foi para Salvador e tomou consciência política. Na volta, tenta apresentar seus novos valores ao grupo ligado ao misticismo e conduzi-los ao "barravento".
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