6 séries que deveriam ter acabado na 1ª temporada
Uma das piores experiências ao assistir uma série que começa excelente é perceber sua qualidade decaindo pouco a pouco... até você nem saber mais por que continua insistindo. É a famosa noção de menos é mais que algumas séries parecem não ter e, depois de obter sucesso, passam a insistir em uma fórmula que não é para o longo prazo.
Se você é fã de séries como nós, provavelmente já passou por essa situação. Por isso, para evitar mais decepções do gênero, confira seis produções que deveriam ter acabado na primeira temporada:
Killing Eve (2018 - Atual)
Inspirada no thriller Codinome Villanelle, de Luke Jennings, Killing Eve conta a história de Eve (Sandra Oh), uma agente secreta do MI6 que fica completamente obcecada em capturar Villanelle (Jodie Comer), uma assassina russa. Vencedora de diversos prêmios após o lançamento da primeira temporada, a série conquistou um grande sucesso com seu roteiro de estreia imprevisível, escrito por Phoebe Waller-Bridge (Fleabag). No entanto, junto com a fama, veio a renovação para mais temporadas.
O problema de Killing Eve é que, a partir da segunda temporada, a trama ficou mais previsível e menos intrigante - problema que se intensificou ainda mais na terceira temporada, considerada a pior até agora e que dividiu fãs ao redor do mundo.
É quase um consenso geral que a perda de qualidade foi consequência da saída de Phoebe Waller-Bridge do cargo de roteirista. Mesmo se mantendo como produtora executiva e prestando consultoria para as demais condutoras da trama, muito se perdeu com sua passagem de bastão.
Independentemente de quem é a culpa (ou talento), o fato é que a série devia ter parado na primeira temporada.
True Detective (2014 - Atual)
True Detective foi uma das apostas mais certeiras da HBO e estreou em 2014 como uma das grandes promessas do ano.
Na primeira temporada, a história é centrada em uma série de assassinatos ocorrida em 1995, que foi investigada por dois detetives, Rust Cohle (Matthew McConaughey) e Martin Hart (Woody Harrelson). A narrativa, que oscila entre presente e passado, se passa em 2012, quando o caso é reaberto e novos detetives procuram pistas para prender o assassino, e em 1995, por meio dos depoimentos e memórias dos investigadores originais.
Sem dúvida, um dos elementos mais intrigantes de True Detective é a construção do mistério em duas linhas temporais diferentes, além do desenvolvimento dos personagens e ritmo da trama. Esses elementos, infelizmente, não estavam presentes nas temporadas seguintes.
Tomando a forma de uma série antológica, quando retornou para a segunda temporada, estrelada por Rachel McAddams e Colin Farrell, o caso a ser solucionado não contou com tantas reviravoltas e o mau equilíbrio entre os personagens principais fez com que alguns parecessem sobrar na narrativa.
O terceiro caso, que corresponde à terceira temporada, é por vezes muito lento, mas ainda assim acaba sendo mais intrigante que o anterior.
Nenhum deles, porém, conseguiu chegar perto do sucesso que foi a estreia da série. Quer saber mais? Confira o ranking das temporadas de True Detective.
UnREAL (2015 - 2018)
O que acontece nos bastidores de um reality show é a premissa de UnREAL. A série acompanha Rachel Goldberg (Shiri Appleby), uma jovem que é contratada para fazer parte da produção de um reality show chamado Everlasting (que traz uma proposta muito similar ao programa The Bachelor). Basicamente, seu trabalho é focado em manipular os participantes para conseguir atrair a maior audiência possível - algo exigido pela sua chefe e produtora-executiva do programa, Quinn King (Constance Zimmer).
Como era de se esperar, UnReal aposta em um humor satírico e que encantou o público e a crítica logo que estreou. Sua primeira temporada levou o prêmio Peabody e também foi indicada para diversos outros prêmios, como o AFI e o Emmy. Junto à comédia, as questões abordadas, como a ambição das personagens principais e seus dilemas (como de produzir um programa completamente misógino), sempre foram um tempero especial para a trama - o que se perdeu a partir da segunda temporada.
A continuação da série infelizmente deixou a desejar em vários sentidos: com personagens sem graça e muitas vezes sem um fio condutor intrigante, UnREAL nunca mais alcançou a qualidade da sua estreia. Outro caso agudo de menos é mais.
Big Little Lies (2017 - Atual)
Baseada no livro homônimo de Liane Moriarty, Big Little Lies é uma série de suspense e drama. Entre idas e vindas de acontecimentos do passado e do presente, a trama foca na vida não tão perfeita de cinco mães - Celeste Wright (Nicole Kidman), Madeleine Mackenzie (Reese Witherspoon), Jane Chapman (Shailene Woodley), Bonnie Carlson (Zoë Kravitz) e Renata Klein (Laura Dern) - assim como no desdobramento de uma investigação de um assassinato.
Big Little Lies é outra série que foi altamente premiada depois da sua estreia e que poderia ter acabado em alta e com excelente fama. Mas não foi bem o caso. Renovada para uma segunda temporada (e também terceira, que ainda não foi lançada), a produção se arrastou em um enredo insosso e sem grandes acontecimentos.
Vale lembrar que o livro que inspirou a série não tem continuação e acabou no desfecho do assassinato, o que por si só já é um forte indicador que quando chega, chega. Mesmo assim, uma terceira temporada está por vir e, com sorte, ela terá mais sucesso que a segunda.
The Handmaid's Tale (2017 - Atual)
Outra série baseada em livro, dessa vez um escrito por Margaret Atwood, The Handmaid's Tale chocou o público quando estreou em 2017. A história se passa em um futuro distante, no qual um atentado terrorista dá um golpe de estado nos Estados Unidos e em pouco tempo o país passa a ser governado por uma facção católica. Tudo é narrado pelos olhos de Offred (Elisabeth Moss), que é obrigada a se tornar uma aia, espécie de serva.
Enquanto o romance é aclamado por dosar bem os acontecimentos e acabar de forma genial, a série segue por outro caminho. Apesar de uma estreia forte e premiadíssima, The Handmaid's Tale infelizmente parece ter se perdido depois da primeira temporada. Na sua continuação, a maior parte do enredo ficou focado em martelar as mesmas questões iniciais - estupros, famílias forçadas a se separar, rebeldes que são executados e homens poderosos sempre impunes. Além disso, o final da temporada foi considerado por muitos sem sentido e a gota d’água em uma narrativa que já deveria ter acabado.
The Sinner (2017 - Atual)
The Sinner estreou na Netflix com uma sinopse bem intrigante: uma jovem mãe (Jessica Biel) de repente esfaqueia até a morte um homem na praia, mas ninguém, nem mesmo ela, sabe o porquê disso. É aqui que entra o detetive Harry Ambrose (Bill Pullman), que investigará o que aconteceu - tanto no dia do assassinato como no passado da mulher.
Em The Sinner, o público encontrará um caso diferente por temporada, mas não precisa nem dizer que o da primeira é o melhor de todos. Como um quebra-cabeça gigante, a estreia da série se desenvolve entregando vários pedaços que não parecem se encaixar até surpreender com um desfecho maestral e dramático - ótimo para os fãs do gênero.
O único problema é que as suas duas continuações não conseguiram entregar uma história de mesmo nível. Apesar de tentarem apostar na mesma fórmula da primeira temporada, com crimes chocantes e inexplicáveis, os outros dois casos investigados pelo detetive Harry Ambrose não têm o mesmo apelo - a não ser que o espectador assista para acompanhar a performance de Pullman.
E aí, você concorda que todas essas séries deveriam ter apenas uma temporada? Conte sua opinião para a gente nas redes sociais.