MP do cinema em discussão
Os integrantes do Gedic (Grupo Executivo de Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica) e o vice-presidente da MPA (Motion Pictures Association) para a América Latina, Steve Solot, se reúnem hoje de manhã em Brasília numa audiência pública para debater a Medida Provisória que instituiu novas regras para a indústria do cinema no Brasil. Pedro Parente, ministro-chefe da Casa Civil, e Walter Salles também participam do encontro.
A MPA representa os sete maiores estúdios de cinema americanos e ainda havia não sido ouvida, pelo menos diretamente, pelo Gedic. Segundo Solot, a medida provisória foi desenvolvida em sigilo e de maneira anti-democrática.
Segundo o cineasta Gustavo Dahl, a MPA antes defendia seus interesses junto ao poder Executivo e agora o faz também junto ao Legislativo. Solot afirma que busca negociações para que não seja necessário entrar na justiça, recurso que as companhias norte-americanas já estudam. O motivo da insatisfação são as mudanças nos impostos sobre filmes estrangeiros.
Dentre os membros do Gedic, que participou da elaboração da MP, estão o cineasta Gustavo Dahl, o produtor Luiz Carlos Barreto e Evandro Guimarães, das Organizações Globo.
O Gedic também pretende esclarecer alguns pontos que não teriam ficado claros e que estariam sendo divulgados de maneira errada pela imprensa. Um exemplo é a Condecine (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica) das salas que costumam exibir filmes de arte e independentes: a taxação será menor para estes estabelecimentos, para que não inviabilize sua manutenção. E não há nova taxação sobre os canais a cabo que atuam no país, mas sim para as emissoras que enviam o sinal diretamente do exterior.