Netflix é acusada de transfobica após lançamento de especial de comédia
A Netflix está em maus lençóis desde o lançamento de Encerramento, novo especial de comédia de Dave Chappelle, um dos nomes mais importantes do segmento cômico dos Estados Unidos.
Sem papas na língua, Chappelle aproveita o especial para fazer uma série de piadas com diversos segmentos marginalizados, incluindo a comunidade LGBTQIA+.
E graças a um par de comentários transfóbicas, grupos e os próprios funcionários estão boicotando a plataforma de streaming. Continue a leitura para saber mais.
O que foi dito em especial de comédia que causou fúria entre membros da comunidade LGBTQIA+?
Em Encerramento, Dave Chappelle faz alguns comentários desagradáveis em relação à comunidade LGBTQIA+. Em uma das partes, o comediante concorda com os comentários de J.K. Rowling, autora de Harry Potter, tidos como transfóbicos, por exemplo: "Gênero é um fato. Todo humano nesta sala, todo mundo na Terra, passou pelas pernas de uma mulher para estar aqui."
Piorando a situação, Chappelle ainda defendeu o rapper "cancelado" DaBaby, que se meetu em problemas após fazer afirmações errôneas e homofóbicas em um show nos Estados Unidos. Sobre ele, o comediante afirmou: "Neste país, você pode atirar e matar alguém, mas não pode ferir os sentimentos de uma pessoa gay."
Nasce uma controvérsia
Em seu lançamento, o show de Chappelle arrancou comentários intensos e abriu para palco de discussões na internet. A roteirista Jaclyn Moore, mulher trans e showrunner de Cara Gente Branca, também da plataforma, afirmou que não trabalharia mais com a Netflix até a companhia parar de "dar palco para conteúdos perigosos e transfóbicos".
Outra funcionária da gigante do streaming, a engenheira de software Terra Field, fez um fio no Twitter explicando sobre os motivos pelos quais as frases e piadas do comediante eram nocivas. Um dia após a publicação do conteúdo na rede social, Field foi demitida pela Netflix.
Netflix demitiu outros funcionários por conta de especial
Na última sexta-feira (15), a plataforma também anunciou que demitiu um funcionário que vazou informações referentes ao cachê do comediante pelo especial.
Na esteira de toda essa polêmica, o CEO da Netflix, Ted Sarandos comentou sobre a situação afirmando que, embora seja triste que a comunidade LGBTQIA+ tenha se ofendido com as piadas de Chappelle, a plataforma não iria tirar o especial do ar.
Segundo ele, um comediante comumente é capaz de incitar discussões provocantes por conta do seu repertório. Até o momento, Chappelle não se pronunciou a respeito da polêmica com nenhuma publicação norte-americana.