OSCAR 2010: Academia privilegia cinema independente e manda aviso à indústria
As escolhas da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas para as principais categorias podem render boas análises e diversas teorias. Se no ano passado a instituição se encantou por um filme fora do centro de produção para incorporá-lo, em 2010 olhou para um filme independente no exato momento que o hit do ano foi uma produção de US$ 500 milhões.
A vitória de Guerra Ao Terror, em Filme, Direção e Roteiro Original, permite que uma das interpretações seja: cinema é indústria, mas também é arte. Algo óbvio, mas que foi reiterado em pontos sensíveis à Academia: a produção, a condução e a estrutura de um filme.
O filme de Kathryn Bigelow, que arrebatou também Montagem, Som, Efeitos Sonoros, pode não ser um turning point na história do cinema, mas tem inúmeras qualidades, como o clima de tensão e tragédia iminente. Mérito especialmente da direção.
Em geral, podemos dizer que a 82ª edição do Oscar guardou pouquíssimas surpresas. Nas categorias de atuação, confirmou a escolha do Screen Actos Guild, o sindicato dos atores. As principais zebras surgiram em Fotografia e Filme Estrangeiro.
Na cinematografia, o italiano Mauro Fiore (Avatar) superou oponentes fortíssimos, como Barry Ackroyd (Guerra ao Terror), Robert Richardson (Bastardos Inglórios) e Christian Berger (A Fita Branca).
A terceira surpresa não foi uma zebra completa, mas uma discreta surpresa. Os filmes de Michael Haneke e de Jacques Audiard eram os favoritos, enquanto Claudia Llosa corria por fora e Scandar Copti vestia a pele de zebra. Juan Jose Campanella, com O Segredo de Seus Olhos, saiu com a estatueta.
Nas categorias visuais, Avatar preponderou. Além de Fotografia, venceu Direção de Arte (onde Nine e A Jovem Rainha Vitória tinham chances) e Efeitos Visuais (batendo Distrito 9 e Star Trek).
Confira aqui todos os vencedores da 82ª cerimônia do Oscar e, se você perdeu algum detalhe, dê uma espiada na cobertura minuto a minuto do Cineclick.