Por que estão todos falando em The White Lotus?
Um resort de luxo na ilha paradisíaca do Havaí, um assassinato, uma trupe eclética de personagens moralmente questionáveis e o mais novo sucesso da rede americana HBO. Essa é The White Lotus, criação de Mike White (roteirista e ator de Escola de Rock) para o canal de Game of Thrones e Mare of Easttown.
Prevista anteriormente como uma série limitada, mas renovada no meio do caminho (no próximo ano, ainda sempre previsão de estreia, a série terá outro elenco e enredo para garantir o status de atração antológica), a produção gerou muitas teorias e discussões nas redes sociais, alcançou o topo da audiência na plataforma de streaming da HBO e ganhou o título de “fenômeno do verão”.
Mas por que exatamente todos estão falando em The White Lotus?
Personagens chatos, mas reais
A dinâmica da série é basicamente dividida em duas: os privilegiados e os funcionários do The White Lotus Resort.
No grupo dos afortunados, os personagens não têm noção da realidade, não entendem a lógica por trás do trabalho, são mimados, sem noção, patéticos e extremamente divertidos. Os funcionários, por outro lado, cativam pela humanidade, “sincericídio”, e pelo descompenso.
Mas todos ali têm algo em comum, nenhum é uma caricatura. O espectador reconhece da vida real pelo menos um ou dois personagens da série.
Elenco afiado
Essa dinâmica cheia de personagens em The White Lotus dá margem para que o elenco inteiro tenha a oportunidade de brilhar. Não há protagonistas ou coadjuvantes, e sim, um elenco de suporte com grau similar de igualdade na série.
A produção conta com atuações formidáveis de Steve Zahn (Planeta dos Macacos: A Guerra), Sydney Sweeney (Euphoria), Natasha Rothwell (Insecure), Brittany O'Grady (Little Voice), Jake Lacy (High Fidelity), Connie Britton (American Horror Story), Alexandra Daddario (Baywatch: S.O.S. Malibu) e Fred Hechinger (A Mulher na Janela).
Mas os destaques mesmo são Murray Bartlett (visto anteriormente em Looking, série da HBO) como Armand, o gerente do resort, e Jennifer Coolidge, de Legalmente Loira, como a carente Tanya McQuoid.
Quem morreu?
Logo no primeiro episódio da série, uma coisa que o público fica sabendo de cara é que alguém morreu no resort. Ao longo da temporada, embora o suspense de “quem morreu ou quem matou?” fique em segundo plano, ainda é curioso acompanhar aos episódios e tentar decifrar como essa história vai se desenrolar no meio de uma sátira social recheada de muito humor negro.
Os ricos também choram
Com o sucesso de crítica e no circuito de premiações de Succession, e de audiência e redes sociais de Gossip Girl, a HBO está definitivamente se firmando no segmento “os ricos também choram”. The White Lotus é o puro suco disso.
A série acompanha personagens ricos no seu sofrimento fútil. Sucesso de audiência pela HBO Max, e já renovada para mais um ano, resta esperar como a indústria - e o Emmy - vão abraçar a produção no ano que vem.
Efeito cascata
Diferente do modelo de distribuição da Netflix, em que todos os episódios são lançados na mesma hora e o público decide de qual forma vai assistir, a HBO lança a sua série da maneira tradicional, semanalmente. Embora o público tenha se acostumado com o tal do “binge” — o de assistir a todos os episódios de uma vez só, o sucesso de The White Lotus foi permitido graças às discussões semanais na internet.
Assim como Mare of Easttown este ano, que também cresceu da mesma forma, o burburinho a cada semana despertou a curiosidade de mais pessoas, fazendo com que a produção de Mike White ganhasse novos fãs e novos fãs.