Ricardo Darín acusa revista de enganá-lo após polêmica com presidente argentina
Parece que virou moda estrelas de cinema discutirem com os presidentes de seus respectivos países. Depois de Gérard Depardieu (As Aventuras de Pi) bater de frente com o governo de François Hollande, é a vez do ator mais famoso da Argentina, Ricardo Darín (Elefante Branco), comprar briga com Cristina Kirchner. Só que diferente do francês, o hermano diz que foi enganado por revista e nunca quis confrontar a mandatária.
Tudo começou com supostas críticas do ator à família da presidente no sábado (5/1), durante uma entrevista à revista Brando . “Gostaria que alguém me explicasse o crescimento patrimonial dos Kirchner? Como eles não têm vergonha na cara? Como pode ser?”, questionou o ator, em referência aos € 12 milhões declarados pela presidente no ano passado como patrimônio.
A presidente não deixou barato e respondeu, explicando que seu marido, que faleceu em 2010, não podia se defender e ela o faria por ele. “Não só se investigou a fundo (o patrimônio dos Kirchner), mas também foi nomeado um grupo de peritos da Suprema Corte da Nação para realizar as perícias contábeis, que duraram meses, e concluiu que não se havia cometido nenhum ato ilícito, o que obrigou o juiz a rejeitar as acusações”, escreveu a presidente em carta aberta.
Só que nesta segunda-feira (14/01), Darín tentou esclarecer a situação. “Causei uma ferida nela que não queria causar”, afirmou o ator, que gostaria de encontrar a mandatária para “esclarecer alguns aspectos, porque não gosto de ferir ninguém gratuitamente”, explicou.
Segundo Darín, a presidente argentina tem razão em se ofender, afinal suas palavras foram tiradas do contexto. “Me senti muito usado”, disse o ator sobre a forma como suas declarações foram exploradas pela mídia. “O espírito do que eu digo [na entrevista] não é de confrontação, é justamente o contrário. Mas isso não foi destacado”, disse o ator.
Darín tentou esclarecer a confusão em diferentes emissoras de televisão durante a pré-estreia de seu novo filme, Tesis. Em uma delas, criticou o título da entrevista que resultou na polêmica: Somos um país criança. “Podemos dizer que é um título que inventaram. Se uma frase de uma conversa é utilizada como um título, depois é preciso explicar de onde isso veio”, reclamou.
O ator esclareceu ainda que não questionou o patrimônio somente dos Kirchner, mas sim de todos os funcionários públicos da Argentina. “Isso muda um pouco ângulo”, explicou. “A menção à família Kirchner foi o que mais chamou a atenção e a isso se agarraram para ter um golpe de efeito em todos os meios. Percebi que se estava fazendo uma utilização muito perversa [da entrevista]”, afirmou.
Será que a presidente vai aceitar a explicação?
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