Se você gostou de Bridgerton, vai adorar essa série repleta de fantasia histórica
A Netflix acertou em cheio ao apostar na série Bridgerton e os números são prova inegável: após menos de um mês da estreia, no dia 25 de dezembro, mais de 80 milhões de contas já haviam devorado a produção. Com isso, ela deixou para trás outros sucessos originais do streaming, como Stranger Things, The Witcher e O Gambito da Rainha.
A inspiração para o sucesso veio da série de livros da escritora Julia Quinn, na qual cada volume conta a história de um dos oito irmãos Bridgerton, família proeminente de Londres em pleno século 19. Assim como nos livros, a primeira temporada é dedicada a Daphne (Phoebe Dynevor) e ao seu envolvimento romântico e dramático com o duque Simon Basset (Regé-Jean Page).
No entanto, engana-se quem pensa que a série é só mais um romance de época: Bridgerton inova ao misturar elementos da cultura pop, como músicas contemporâneas embalando bailes pomposos, e temas atuais, como empoderamento feminino, em sua narrativa. De fato, apesar de se passar no século 19, a produção carrega um ar irreverente e fantasioso que em nenhum momento tenta seguir à risca a realidade da época.
Talvez por esses motivos muitos possam ter se sentido órfãos ao terminar a série. Afinal, é difícil encontrar obras tão ousadas com roupagem de 1800 - mas não é impossível. Prova disso é The Great, criada por Tony McNamara, que promete ser uma ótima opção para os fãs de Bridgerton.
The Great | Trailer
The Great: o que esperar e quais as semelhanças com Bridgerton
Em The Great, disponível na Amazon Prime Video através do STARZ Play (que oferece 7 dias grátis para novos assinantes), acompanhamos a ascensão de Catarina II, a Grande, (Elle Fanning) ao posto de imperatriz da Rússia até o momento em que ela promove um golpe de estado contra seu marido, Pedro III (Nicholas Hoult), então imperador.
Apesar de ser inspirada em fatos e personagens históricos, a série não se limita a eles, abusando do exagero e do fantástico para trazer um tom diferente do usual. Ou seja, se você maratonou Bridgerton e está saudoso de romances de época com liberdades criativas, The Great pode ser sua próxima série favorita.
Além disso, ambas as produções foram bem amparadas: Bridgerton teve auxílio da veia dramática de Shonda Rhimes, roteirista e produtora de séries de sucesso como Grey’s Anatomy, Scandal e How to Get Away With Murder, mas The Great não ficou atrás. Tony McNamara, criador da série, também esteve por trás do roteiro de A Favorita (2018), filme indicado ao Oscar de Melhor Filme e ganhador do de Melhor Atriz para Olivia Colman em 2019. O longa traz semelhanças à série, pois apesar de se passar no século 18, não se limita a um tom sóbrio, pelo contrário, explora uma narrativa muito sarcástica.
Assim como Bridgerton, The Great procura levar um olhar atual para o passado. Enquanto a primeira usa artimanhas como trilha sonora para evocar essa atmosfera, a segunda abusa de diálogos nada requintados - não raro é possível ouvir um “f*ck off” (tradução literal: vá se f****) ou expressões contemporâneas. Mas a modernidade não se limita a esses elementos.
Ambas as séries têm como fio condutor mulheres fortes e nada ingênuas. Bridgerton conta com Daphne (Phoebe Dynevor) enfrentando o irmão mais velho em diversas ocasiões e Eloise (Claudia Jessie) deixando clara sua intenção de nunca se casar e seu desejo de ir para a faculdade. Já The Great traz uma Catarina extremamente inteligente e ardilosa - capaz de fazer inúmeras artimanhas políticas e de planejar a morte do próprio marido.
Esses recursos utilizados nas duas produções trazem um grande apelo para as gerações Y e Z, ou seja, o público que nasceu entre 1980 e 2010. Ao aproximar o universo da série do espectador, a narrativa ganha nova cor, tornando-se mais acessível e de fácil identificação - algo que pode ser determinante para o seu sucesso.
Apesar do contemporâneo ser inserido em um contexto distante, ele é feito na medida certa. Nas duas obras, o imaginário das épocas retratadas permanece vivo visualmente.
Os figurinos, cenários e bailes são cheios de pompa e luxo, o que promete agradar os fãs de uma boa história de época!
Tendência para ficar
O grande ponto de contato entre Bridgerton e The Great é o olhar inovador e atualizado sobre narrativas de época, assim como a aposta em personagens femininas empoderadas.
Mas as duas obras não são exceção: vale lembrar de alguns lançamentos recentes, como o filme Enola Holmes (2020), da Netflix, que traz a irmã Sherlock Holmes como protagonista em uma proposta mais moderna e feminina, e a série Dickinson, da Apple+, que conta a história de Emily Dickinson - uma personagem que não é nada conformada ou certinha.
De fato, se depender do sucesso das obras, a tendência de modernizar o passado chegou para ficar.
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