Saiba por que assistir série premiada da HBO Max
Outubro é o grande mês para a HBO. Há uma série de estreias programadas para estrear na grade do canal e, consequentemente, em simultâneo, pela plataforma HBO Max, mas nenhuma é mais antecipada que a terceira temporada de Succession.
Queridinha entre a crítica, a produção encerrou sua última temporada, em 2019, dividindo o posto de sensação do ano ao lado de títulos como a minissérie Watchmen, também da HBO, e o importado britânico da Amazon, Fleabag. Mas o ponto que difere entre as três é que apenas Succession retorna para um novo ano, enquanto as outras duas já encerraram a produção.
E para consagrar de vez o seu status quo como badalada e imperdível, em 2020, o drama sobre uma família milionária dona de um conglomerado de mídia “fez a limpa” no último Emmy Awards: ganhou melhor roteiro (pela segunda vez consecutiva), direção, ator (para Jeremy Strong — nome que Hollywood vem notando cada vez mais) e melhor série drama, o grande troféu da noite.
Já sentiu que está de fora e que chegou a hora de acompanhar a série? Veja mais motivos a seguir.
Os ricos também choram — e tramam, e se vingam e nos divertem
Caso você nunca tenha ouvido falar em Succession, vou passar a ficha corrida: a série acompanha a história da família Roy, composta por Logan (Brian Cox) e seus quatro filhos, que controla um dos maiores conglomerados de meios de comunicação e entretenimento do mundo, similar à família Murdoch, que controlava um império de mídia que incluía veículos como Fox News, The New York Post e o The Sun.
Por que a série é imperdível?
Há muitos motivos que tornam a série imperdível. Em primeiro lugar, a trama é deliciosamente shakespeariana, retratando temas como cinismo, ganância, crueldade e jogo de poderes por trás da família Roy.
Os episódios contêm um mar de coisas que acontecem sempre deixando o espectador querendo mais, especialmente nos momentos finais — onde há um espaço para alguma reviravolta deliciosa antes da apresentação dos créditos.
É até curioso a produção também ser da HBO em um momento em que a rede está tentando se adequar à ausência de Game of Thrones em sua grade. A série pode ser muito bem vendida como uma companheira da produção baseada nos livros de George R. R. Martin, com a exceção que os Roys conseguem ser ainda mais traiçoeiros e vingativos.
A primeira temporada de Succession gira em torno de saber qual dos filhos do patriarca Logan Roy irá assumir seu posto, às vias de abandoná-lo após um problema de saúde. A partir daí os irmãos começam a atirar para todos os cantos tudo com o intuito conquistar o trono a ser deixado pelo pai — soa familiar, não é mesmo?
Essa disputa abre margem para mostrar quão horríveis essas pessoas são. Todas elas, sem exceção. Aparentemente, para fazer parte dos Roy você precisa ter muita lábia e jogo de cintura para convencer os outros que você é alguém digno de ser ouvido.
Isso (quase) funciona para os irmãos Roman (Kieran Culkin) e Shiv (Sarah Snook), raramente acontece com Connor (Alan Ruck) e praticamente nunca com Kendall (Jeremy Strong) — tido como o protagonista em uma série que funciona em formato mosaico, na qual todos os atores têm oportunidade de brilhar. E baita oportunidade, os roteiros são recheados de diálogos inteligentes e engraçados.
Aliás, uma qualidade inusitada é que Succession não só compete pelo título de melhor drama no ar, mas como também disputa por igual no campo de comédia. A produção conta com um misto de ambos os tons, o que nos faz rir bastante durante os episódios.
Com duas temporadas no ar, ambas disponíveis na HBO Max, é melhor ficar em dia e conferir o que a família pretende fazer a seguir.
Pandemia? Nunca nem ouvi falar
Se há alguma coisa que a produção não tem o costume de fazer é ser politicamente correta. Engajada? Também nem se comenta. Mas eis um fato curioso sobre a terceira temporada da produção. Diferente de outras séries americanas como Grey's Anatomy, black-ish ou This Is Us, que inseriram a pandemia na produção, essa não foi uma preocupação do time de roteiristas de Succession.
Em entrevista ao Vulture, Sarah Snook, intérprete de Shiv Roy, contou que a elite econômica passou incólume pelas questões com que estamos lidando há quase dois anos. “Eles são muito ricos e infelizmente, nenhuma das pessoas realmente ricas foram afetadas pela pandemia.”