Um mundo sem homens é a proposta de nova série da Star+
A boa novidade dos streamings para quem curte histórias apocalípticas é a série Y: O Último Homem, adaptação de acalamada HQ de sucesso de mesmo nome, escrita por Brian K. Vaughan e Pia Guerra.
Comandada pela showrunner Eliza Clark (The Killing), mostra um mundo onde apenas as mulheres sobraram e o único homem sobrevivente de uma misteriosa doença é caçado por grupos divergentes.
Intrigante, a série da Star+ é uma boa opção e abaixo explicamos o motivo:
Y- O Último Homem
Y: O Último Homem é uma série de história em quadrinhos aclamada pelo público e pela crítica especializada, escrita por Brian K. Vaughan e publicada pela editora Vertigo em sessenta edições, publicadas entre 2002 e 2008.
Na trama, a Terra é atingida por uma praga de origem desconhecida que mata todos os mamíferos com um cromossomo Y, incluindo fetos desenvolvidos e até mesmo esperma.
Referida como "generocídio", a pragainstantâneamente exterminou 48% da população mundial, aproximadamente 2,9 bilhões de homens. Pelo que se sabe, apenas dois mamíferos machos sobreviveram. Um deles é um jovem pacato que tenta trabalhar como ilusionista e mora no Brooklyn chamado Yorick Brown e o outro é o seu animal de estimação, um macaquinho chamado Ampersand.
A sociedade obviamente é lançada no caos e, aos poucos, muitas de suas infraestruturas colapsam. As mulheres sobreviventes tentam lidar com a perda dos homens, enquanto encaram a realidade de que a humanidade está fadada à extinção.
Durante a sua jornada, Yorick e os seus amigos descobrem como a sociedade lidou com as consequencias da peste. Entretanto, muitas das mulheres que eles encontram pretendem usar Yorick para algum fim sombrio.
Opinião
A série se destaca porque as pessoas responsáveis estão interessadas em empurrar essa história em direções ainda mais ousadas, equilibrando entretenimento fácil, com considerações política e sociais contundentes.
Em seu auge, a narrativa funciona com ousadia em vários níveis - como um thriller emocionante em um mundo mergulhado na distopia, um curioso experimento psicológico sobre considerações de gênero, questões sociais e políticas, como comentado acima.
O mais intrigante é ver como a humanidade pode se curar diante de um trauma desses e descobrirmos se é da natureza da humanidade destruir e subjugar ou se há espaço para ternura e amor?
É curioso ver como as mulheres perpetuam os próprios sistemas de opressão que conheceram a vida toda. E também como podemos reconstruir o mundo e ainda transformá-lo algo melhor do que o que veio antes.
Clark e seus colaboradores são inteligentes o suficiente para saber que Yorick é incapaz de segurar a série. Ele é ingênuo, um garoto sustentado por seus pais, incluindo sua mãe congressista, Jennifer (Diane Lane), que, por causa da linha de sucessão, torna-se presidente dos Estados Unidos.
Chega a ser um pouco irritante ver o homem de 30 anos incapaz de compreender a gravidade da situação em que se encontra, sempre preocupado apenas com sua obsessão pela ex-namorada, agora perdida.
Nos quadrinhos originais, a ideia de um cara como Yorick ser a salvação da humanidade funciona como uma piada bizarra, mas na série, esse personagem desinteressante e imaturo é levada muito a sério e o peso colocado sobre ele é simplesmente ridículo e tira um pouco a graça da trama. A irreverência da obra original faz falta em muitos momentos, especialmente quando Yorick é o centro das atenções, afinal, emocionalmente, ele é um fiasco.
Sorte que a série conta com tantas outras personagens fortes, interessantes e melhores desenvolvidas para segurar a trama ambientada nesse apocalipse viral bizarro.
Y: O Último Homem é uma série distópica perfeita para um mundo pós-Trump, capaz de discutir questões de gênero de uma forma criativa, enquanto sempre critica a sociedade como a conhecemos ao mostrar o fim dela.
É uma série que vale a pena por todas essas questões, mas principalmente por ser um bom entretenimento, com algo relevante a nos dizer.
Vale assistir
Disponível na Star+, vale sim assistir a série, afinal, Y: O Último Homem é uma boa diversão, com personagens fortes e bem desenvolvidos, além de questões sociais importantes discutidas abertamente, como o papel da mulher na sociedade moderna.
Personagens femininos fortes e bem desenvolvidos garantem, também, uma trama digna de ser acompanha e questões que, numa trama apocalíptica padrão, poderiam não vir à tona.
É uma premissa interessante, que vale a pena acompanhar. Veja o trailer: